Internacional

15-04-2000
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ALEMANHA Enterrar os anos de chumbo

A geração dos «anos de chumbo» acaba de chegar ao poder na Alemanha. A «era Kohl» chegou mesmo ao fim

A CASA Branca está em estado de choque com a perspectiva de a Alemanha estar prestes a ter um ministro dos Negócios Estrangeiros dos verdes, diz-se nos círculos políticos de Bona. Há mesmo quem assegure que Clinton já fez saber que Washington tem muita relutância em aceitar, por exemplo, a participação desse provável ministro (Joschka Fischer) nas reuniões da NATO.

A redenção dos Verdes

JOSEPH Fischer, a quem todos chamam «Joschka», é a figura emblemática dos verdes alemães e o provável futuro ministro dos Negócios Estrangeiros. O partido ecologista, que na quinta-feira iniciou com os sociais-democratas as negociações para formar uma coligação governamental, vai fazer finca-pé neste ponto.

UNIÃO EUROPEIA A herança de Helmut Kohl

Kohl já era, mas Schroeder só promete Governo lá para o fim do mês. E a herança de Kohl começa amanhã a ser aberta

GERHARD Schroeder e os sociais-democratas do SPD ainda estão (e estarão) a negociar a formação do novo Executivo alemão, com Joschka Fischer e os verdes. E, apesar da impaciência para começar a governar, afirmou na quinta-feira que espera tomar posse... até ao fim do mês.

REINO UNIDO Blair promete tempos difíceis

NÃO foi por acaso que, no discurso que deu terça-feira à conferência anual trabalhista, Tony Blair citou o antigo governador de Nova Iorque, Mario Cuomo, quando considerou que «fazemos campanha em poesia mas governamos em prosa». Após quatro discursos saturados de lirismo evangelista nas conferências anteriores do partido, Blair assumiu o tom mais prosaico de um primeiro-ministro que tem algo mais a oferecer do que a visão ambígua da «Nova Grã-Bretanha, novos trabalhistas».

KOSOVO A «Operação castigo»

ONU decide intervenção na próxima semana

NA IMPOSSIBILIDADE de acusar directamente os sérvios pelos sangrentos massacres ocorridos esta semana no Kosovo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou duramente na quinta-feira os responsáveis pela acção, para os quais exigiu uma punição exemplar.

RÚSSIA À espera de nove milhões na rua

COM o seu novo Governo ainda em formação, o primeiro-ministro russo decidiu levar à prática a promessa do pagamento dos salários em atraso. Na quinta-feira, anunciou formalmente que foram pagos os atrasados ao Exército e as bolsas aos estudantes, que não as recebiam há meses.

BRASIL Crise ajuda reeleição de FHC

Os destinos do Brasil para o novo milénio serão traçados amanhã, no país, com as eleições, e, em Washington, na reunião do FMI

AMANHÃ, quando o ministro da Fazenda (Finanças), Pedro Malan, estiver a expor, na reunião do Fundo Monetário Internacional, em Washington, os motivos pelos quais os países ricos devem ajudar o Brasil a defender-se do fogo cerrado do capital especulativo, mais de 106 milhões de brasileiros estarão a escolher o novo presidente - o que significa que, ao mesmo tempo e a partir de ângulos diferentes, estará a ser selado o destino do Brasil para o próximo milénio.

MOÇAMBIQUE JOAQUIM CHISSANO, Presidente de Moçambique

«Temos muito para oferecer»

AO PRINCÍPIO foi de uma reserva algo desconfiada. Depois, quando a conversa levantou voo, Joaquim Chissano, 58 anos, Presidente da República de Moçambique, optou por um tom mais coloquial e usou mesmo alguma ironia. Excertos de uma longa conversa tida um destes dias em Maputo, nos jardins do Palácio Presidencial.

China «faz» 49 anos

A China comemorou na quinta-feira, dia 1 de Outubro, o 49º aniversário da fundação da República Popular (na foto, soldados de folga olham para o retrato-gigante do fundador da China comunista, Mao Tse-Tung, na Praça Tiananmen). Um dos pontos altos dos festejos, com paradas de fogo-de-artifício, ocorreu na Região Administrativa especial de Hong Kong, que passou em 1 de Julho de 1997 para a Administração chinesa após 156 anos de administração colonial britânica.

ESTADOS UNIDOS O bombeiro do mercado global

Para travar a crise mundial, os EUA baixaram a taxa de juro

NÃO SE esperava que isto acontecesse. Na quarta-feira, o índice industrial Dow Jones desceu 288 pontos, retirando 2,9 por cento ao valor das acções americanas. Em conjunto, as empresas americanas viram agora esse valor decrescer no «Big Board» qualquer coisa como 2 triliões de dólares (340 mil milhões de contos) desde o momento em que atingiram o ponto mais alto do mercado, no princípio do ano.

ANGOLA A confusão das guerras «das Unitas»

APÓS sucessivos encontros com a cúpula do Parlamento, dominado pelo MPLA, ainda não foi desta vez que as alas dissidentes da UNITA encontraram uma plataforma que garanta a sua intervenção no espectro político angolano como uma oposição coesa e forte.

MALÁSIA O «grande baile» de Mahathir

EM KUALA Lumpur, ultimam-se os preparativos para o baile desta noite. O primeiro-ministro, Mahathir Mohamad, organizou um jantar de 50 mil pessoas para celebrar os jogos da Commonwealth, realizados na capital malaia há duas semanas. Mahathir, no poder há 17 anos, age como se nada mais tivesse acontecido no «reino» desde então. Mestre na manipulação política, parece ignorar, propositadamente, a convulsão política que irrompeu na Malásia há 15 dias e que continua a «aquecer» as ruas.

CHINA-UE A nova peregrinação

QUASE todas as semanas, um primeiro-ministro da União Europeia desembarca em Pequim. Primeiro foi o irlandês, Bertie Ahern, no dia 17 de Setembro; depois, o francês, Lionel Jospin; e, na segunda-feira, é a vez de Tony Blair, o primeiro chefe de Governo britânico a visitar a China no período de sete anos.

ALEMANHA Enterrar os anos de chumbo

A geração dos «anos de chumbo» acaba de chegar ao poder na Alemanha. A «era Kohl» chegou mesmo ao fim

A CASA Branca está em estado de choque com a perspectiva de a Alemanha estar prestes a ter um ministro dos Negócios Estrangeiros dos verdes, diz-se nos círculos políticos de Bona. Há mesmo quem assegure que Clinton já fez saber que Washington tem muita relutância em aceitar, por exemplo, a participação desse provável ministro (Joschka Fischer) nas reuniões da NATO.

A redenção dos Verdes

JOSEPH Fischer, a quem todos chamam «Joschka», é a figura emblemática dos verdes alemães e o provável futuro ministro dos Negócios Estrangeiros. O partido ecologista, que na quinta-feira iniciou com os sociais-democratas as negociações para formar uma coligação governamental, vai fazer finca-pé neste ponto.

UNIÃO EUROPEIA A herança de Helmut Kohl

Kohl já era, mas Schroeder só promete Governo lá para o fim do mês. E a herança de Kohl começa amanhã a ser aberta

GERHARD Schroeder e os sociais-democratas do SPD ainda estão (e estarão) a negociar a formação do novo Executivo alemão, com Joschka Fischer e os verdes. E, apesar da impaciência para começar a governar, afirmou na quinta-feira que espera tomar posse... até ao fim do mês.

REINO UNIDO Blair promete tempos difíceis

NÃO foi por acaso que, no discurso que deu terça-feira à conferência anual trabalhista, Tony Blair citou o antigo governador de Nova Iorque, Mario Cuomo, quando considerou que «fazemos campanha em poesia mas governamos em prosa». Após quatro discursos saturados de lirismo evangelista nas conferências anteriores do partido, Blair assumiu o tom mais prosaico de um primeiro-ministro que tem algo mais a oferecer do que a visão ambígua da «Nova Grã-Bretanha, novos trabalhistas».

KOSOVO A «Operação castigo»

ONU decide intervenção na próxima semana

NA IMPOSSIBILIDADE de acusar directamente os sérvios pelos sangrentos massacres ocorridos esta semana no Kosovo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou duramente na quinta-feira os responsáveis pela acção, para os quais exigiu uma punição exemplar.

RÚSSIA À espera de nove milhões na rua

COM o seu novo Governo ainda em formação, o primeiro-ministro russo decidiu levar à prática a promessa do pagamento dos salários em atraso. Na quinta-feira, anunciou formalmente que foram pagos os atrasados ao Exército e as bolsas aos estudantes, que não as recebiam há meses.

BRASIL Crise ajuda reeleição de FHC

Os destinos do Brasil para o novo milénio serão traçados amanhã, no país, com as eleições, e, em Washington, na reunião do FMI

AMANHÃ, quando o ministro da Fazenda (Finanças), Pedro Malan, estiver a expor, na reunião do Fundo Monetário Internacional, em Washington, os motivos pelos quais os países ricos devem ajudar o Brasil a defender-se do fogo cerrado do capital especulativo, mais de 106 milhões de brasileiros estarão a escolher o novo presidente - o que significa que, ao mesmo tempo e a partir de ângulos diferentes, estará a ser selado o destino do Brasil para o próximo milénio.

MOÇAMBIQUE JOAQUIM CHISSANO, Presidente de Moçambique

«Temos muito para oferecer»

AO PRINCÍPIO foi de uma reserva algo desconfiada. Depois, quando a conversa levantou voo, Joaquim Chissano, 58 anos, Presidente da República de Moçambique, optou por um tom mais coloquial e usou mesmo alguma ironia. Excertos de uma longa conversa tida um destes dias em Maputo, nos jardins do Palácio Presidencial.

China «faz» 49 anos

A China comemorou na quinta-feira, dia 1 de Outubro, o 49º aniversário da fundação da República Popular (na foto, soldados de folga olham para o retrato-gigante do fundador da China comunista, Mao Tse-Tung, na Praça Tiananmen). Um dos pontos altos dos festejos, com paradas de fogo-de-artifício, ocorreu na Região Administrativa especial de Hong Kong, que passou em 1 de Julho de 1997 para a Administração chinesa após 156 anos de administração colonial britânica.

ESTADOS UNIDOS O bombeiro do mercado global

Para travar a crise mundial, os EUA baixaram a taxa de juro

NÃO SE esperava que isto acontecesse. Na quarta-feira, o índice industrial Dow Jones desceu 288 pontos, retirando 2,9 por cento ao valor das acções americanas. Em conjunto, as empresas americanas viram agora esse valor decrescer no «Big Board» qualquer coisa como 2 triliões de dólares (340 mil milhões de contos) desde o momento em que atingiram o ponto mais alto do mercado, no princípio do ano.

ANGOLA A confusão das guerras «das Unitas»

APÓS sucessivos encontros com a cúpula do Parlamento, dominado pelo MPLA, ainda não foi desta vez que as alas dissidentes da UNITA encontraram uma plataforma que garanta a sua intervenção no espectro político angolano como uma oposição coesa e forte.

MALÁSIA O «grande baile» de Mahathir

EM KUALA Lumpur, ultimam-se os preparativos para o baile desta noite. O primeiro-ministro, Mahathir Mohamad, organizou um jantar de 50 mil pessoas para celebrar os jogos da Commonwealth, realizados na capital malaia há duas semanas. Mahathir, no poder há 17 anos, age como se nada mais tivesse acontecido no «reino» desde então. Mestre na manipulação política, parece ignorar, propositadamente, a convulsão política que irrompeu na Malásia há 15 dias e que continua a «aquecer» as ruas.

CHINA-UE A nova peregrinação

QUASE todas as semanas, um primeiro-ministro da União Europeia desembarca em Pequim. Primeiro foi o irlandês, Bertie Ahern, no dia 17 de Setembro; depois, o francês, Lionel Jospin; e, na segunda-feira, é a vez de Tony Blair, o primeiro chefe de Governo britânico a visitar a China no período de sete anos.

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