Partidos
PSD e PP a Favor, PCP e BE Contra
Terça-feira, 12 de Dezembro de 2000 O tom geral das reacções de PSD, CDS/PP e PS em relação aos resultados da cimeira de Nice foi consensual. As posições críticas vieram do Bloco de Esquerda e do PCP, que não participaram na reunião onde o ministro dos Negócios Estrangeiros deu a conhecer aos partidos as conclusões da cimeira. Na reunião, que decorreu ontem na Assembleia da República, os democratas-cristãos, pela voz do deputado Basílio Horta, afirmaram que "o país, desta vez, está de parabéns" e Eduarda Azevedo, do PSD, concordou que "Portugal ganhou". "As expectativas não eram as mais positivas e a posição de Portugal deu um relevo assinalável" às negociações, sublinhou Basílio Horta, para quem o permanente contacto do Governo com os líderes dos partidos da oposição foi positivo. Apesar das congratulações, PSD e CDS/PP lançaram algumas questões ao Governo, nomeadamente no que respeita à Comissão Europeia, ao futuro da política externa portuguesa e aos contornos e alcance das cooperações reforçadas. Jaime Gama considerou que "a CE não sai diminuída" das negociações, "porque há reforço dos poderes de orientação". O PCP, por sua vez, considerou que a cimeira teve "um resultado péssimo para Portugal", que "perde poder e capacidade de influenciar as decisões comunitárias". Em comunicado, o membro da Comissão Política Agostinho Lopes argumenta que, em Nice, deram-se "novos passos na consolidação de um directório de grandes potências assumir o comando da União Europeia". Agostinho Lopes recorda que, a partir de agora, "três grandes - Alemanha, França e Reino Unido - podem, na prática, inviabilizar qualquer decisão". "Será mesmo difícil haver uma decisão que não conte com o apoio alemão. A vontade conjugada de 24 países pode não chegar para que uma proposta passe no Conselho de Ministro da União Europeia", sustenta. O Bloco de Esquerda (BE), pela voz do seu deputado Luís Fazenda, considera que "Portugal perdeu" nas negociações de Nice. "Perdeu menos do que se esperava, mas perdeu", afirmou à agência Lusa. Perante este cenário, o Bloco de Esquerda vai exigir a realização de um referendo sobre as alterações adoptadas em Nice. Vai ainda apelar para a necessidade de haver um "debate nacional" sobre a União Europeia. A ideia, sublinhou depois Miguel Portas, não é referendar a posição de Portugal na União Europeia, mas sim saber se "os portugueses estão de acordo" com a forma como está a ser construída a Europa e com as alterações saídas de Nice. PÚBLICO, com Lusa OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Acordo minimalista em Nice
EDITORIAL Contas de diminuir
Uma vitória de sabor amargo
Satisfação moderada
Perguntas & respostas
PSD e PP a favor, PCP e BE contra
OPINIÃO
Nice e o "après Nice": é tempo de tocar a orquestra da Europa
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Terça-feira, 12 de Dezembro de 2000 O tom geral das reacções de PSD, CDS/PP e PS em relação aos resultados da cimeira de Nice foi consensual. As posições críticas vieram do Bloco de Esquerda e do PCP, que não participaram na reunião onde o ministro dos Negócios Estrangeiros deu a conhecer aos partidos as conclusões da cimeira. Na reunião, que decorreu ontem na Assembleia da República, os democratas-cristãos, pela voz do deputado Basílio Horta, afirmaram que "o país, desta vez, está de parabéns" e Eduarda Azevedo, do PSD, concordou que "Portugal ganhou". "As expectativas não eram as mais positivas e a posição de Portugal deu um relevo assinalável" às negociações, sublinhou Basílio Horta, para quem o permanente contacto do Governo com os líderes dos partidos da oposição foi positivo. Apesar das congratulações, PSD e CDS/PP lançaram algumas questões ao Governo, nomeadamente no que respeita à Comissão Europeia, ao futuro da política externa portuguesa e aos contornos e alcance das cooperações reforçadas. Jaime Gama considerou que "a CE não sai diminuída" das negociações, "porque há reforço dos poderes de orientação". O PCP, por sua vez, considerou que a cimeira teve "um resultado péssimo para Portugal", que "perde poder e capacidade de influenciar as decisões comunitárias". Em comunicado, o membro da Comissão Política Agostinho Lopes argumenta que, em Nice, deram-se "novos passos na consolidação de um directório de grandes potências assumir o comando da União Europeia". Agostinho Lopes recorda que, a partir de agora, "três grandes - Alemanha, França e Reino Unido - podem, na prática, inviabilizar qualquer decisão". "Será mesmo difícil haver uma decisão que não conte com o apoio alemão. A vontade conjugada de 24 países pode não chegar para que uma proposta passe no Conselho de Ministro da União Europeia", sustenta. O Bloco de Esquerda (BE), pela voz do seu deputado Luís Fazenda, considera que "Portugal perdeu" nas negociações de Nice. "Perdeu menos do que se esperava, mas perdeu", afirmou à agência Lusa. Perante este cenário, o Bloco de Esquerda vai exigir a realização de um referendo sobre as alterações adoptadas em Nice. Vai ainda apelar para a necessidade de haver um "debate nacional" sobre a União Europeia. A ideia, sublinhou depois Miguel Portas, não é referendar a posição de Portugal na União Europeia, mas sim saber se "os portugueses estão de acordo" com a forma como está a ser construída a Europa e com as alterações saídas de Nice. PÚBLICO, com Lusa OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Acordo minimalista em Nice
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