Edgar Correia: Um "estadista" nos bastidores

27-11-2000
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Edgar Correia: Um "Estadista" nos Bastidores

Segunda-feira, 27 de Novembro de 2000 Se o PCP fosse Governo, Edgar Correia seria o equivalente a Ferro Rodrigues. Apesar de ter sido levado à demissão do Comité Central e da Comissão Política também por acusações do tipo de que o que queria era pertencer ao Governo do PS, o facto é que Edgar Correia, pelo seu trabalho e perfil, seria seguramente ministro num qualquer Governo onde o PCP participasse. É que este dirigente comunista foi, até ontem e ao longo de anos, o responsável pelas áreas sociais na direcção política do PCP. Ou seja, era ele o responsável máximo pelo acompanhamento da Saúde, da Segurança Social, da Educação e ainda da Ciência e Tecnologia. Como exemplo das suas responsabilidades na direcção comunista, foi ele que negociou com Ferro Rodrigues o acordo da recente reforma da Segurança Social. Hoje com 55 anos, Edgar Maciel Almeida Correia nasceu no Porto. Licenciado em Engenharia, ainda na Universidade do Porto desenvolve actividade política entre as associações de estudantes e nos movimentos oposicionistas aos fascismo. Acaba por aderir ao PCP em 1965. O passo seguinte no aprofundamento da sua relação com o partido é a sua "funcionalização". Isto é, já licenciado, Edgar Correia - que no recente debate se tem oposto à recuperação do perfil do "revolucionário-profissional" leninista pela organização comunista - passou, em 1970, à clandestinidade, para integrar a Direcção da Organização Regional do Norte, ao lado de Carlos Costa, José Carlos Almeida, Carlos Luís Figueira. Os dois últimos anos da ditadura passa-os já na Direcção da Organização Regional do Sul, que constitui primeiro com Georgette Ferreira e depois com António Santo. Após o 25 de Abril, mantém-se com responsabilidades no Sul regressando ao Porto em 1975 para integrar o Secretariado e o Executivo da Direcção Norte e depois da DOR do Porto. Por força das suas responsabilidades, Edgar Correia sobe ao Comité Central no VIII Congresso, em 1976, o primeiro Comité Central eleito já em liberdade e com o PCP legal. Passa a efectivo do Comité Central no Congresso seguinte, 1979, e na reunião magna de 1983, é chamado à Comissão Política. Membro efectivo da Comissão Política a partir do XII Congresso, em 1988, Edgar Correia, primeiro com Ângelo Veloso, depois com Jorge Araújo e por fim sozinho, manteve sempre ligação ao PCP-Porto. Isto apesar de ter sobretudo funcionado durante uma década como o responsável pela Educação, Saúde, Segurança Social e Ciência e Tecnologia, virado para as questões de Estado e governação, daí que tenha sido Edgar Correia a coordenar os Programas Eleitorais da CDU. No final dos anos 80, empenhou-se no combate à modernização do PCP defendida entre 1987 e 91, pelo "Grupo dos Seis" e pela "Terceira Via". Já na era de Carlos Carvalhas, Edgar Correia apostou na renovação por dentro. A sua conversão foi tal que é ele um dos responsáveis principais do carácter renovador do "Novo Impulso". Chegou mesmo a defender o abandono do marxismo-leninismo no programa do PCP. E acabou também por ter de se demitir. S.J.A. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ruptura na direcção do PCP

"Uma decisão dolorosa"

Por uma "operação-verdade"

"Problemas e preocupações..."

Carlos Brito: Um moderado levado à ruptura

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