À espera do contra-ataque da América

18-09-2001
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À Espera do Contra-ataque da América

Terça-feira, 18 de Setembro de 2001

Islamistas ameaçam atacar interesses norte-americanos

O Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), de Hassan Hattab - uma organização dissidente do Grupo Islâmico Armado, GIA -, ameaçou atacar interesses norte-americanos e europeus na Argélia, se esses países persistirem na ideia de atacarem países muçulmanos e/ou árabes.

O jornal argelino "El Youm" recebeu ontem um comunicado desta organização islâmica que declara que cumprirá as suas ameaças se os ataques aos interesses islamistas nos EUA, Reino Unido, França e Bélgica persistirem. O grupo condena esses países por se terem precipitado e estarem a aplacar a sua ira contra inocentes. Dizem ainda que este plano foi engendrado por "judeus e infiéis".

"Nas suas acções, as organizações islâmicas não visam civis inocentes", afirmam ainda, demarcando-se assim dos atentados da última terça-feira contra os EUA. O GSPC está contra a posição tomada pelo Governo argelino de apoio aos EUA. Este grupo foi criado em 1998 com o apoio e financiamento de Bin Laden.

Khadafi avisa Washington contra riscos de atacar Cabul

O líder líbio Moammar Khadafi considera que os EUA têm todo o direito de responder militarmente aos ataques terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono, mas vai avisando os norte-americanos sobre a situação difícil em que o Afeganistão se encontra, depois da guerra civil.

"Os EUA são uma nação forte e poderosa; será um acto de coragem atacar o Afeganistão, um país completamente destruído, sem estradas, indústria e onde as pessoas se deslocam de burros ou em carroças? Será que isso resolve o problema?", questionou, num encontro numa pequena cidade líbia. Khadafi lembrou ainda que, antes da guerra civil, morreram 20 mil soldados soviéticos durante a invasão do Afeganistão e aconselha os EUA a serem pacientes.

O líder líbio - cujo regime faz parte da lista americana dos países que apoiam o terrorismo - é da opinião de que "Bin Laden e os seus seguidores vão dispersar-se pelas montanhas e que isso pode causar outras 20 mil mortes" e que o ataque a um país muçulmano pode provocar a reacção de outros países islâmicos.

Em contrapartida, Khadafi defende uma conferência internacional sobre o terrorismo. "Os terroristas são como os engenhos explosivos. Não sabemos onde estão, nem que estragos vão fazer", disse o líder líbio, no poder há 32 anos, que apresentou as suas condolências aos americanos, lembrando, no entanto, que esses estão a sofrer como outros povos, em África ou em outras partes do mundo, também sofrem.

Ingleses também apontam o dedo a Bin Laden

Os serviços secretos britânicos apontam o dedo a Osama bin Laden e consideram-no o principal suspeito pelos ataques terroristas da última terça-feira nos EUA. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jack Straw, confirma a posição dos serviços secretos e considera que o mundo enfrenta uma "ameaça mortal" quando existem "pessoas que estão dispostas a usar aviões com passageiros inocentes como se fossem mísseis de cruzeiro".

O ministro britânico, em entrevista à BBC, aproveitou ainda para agradecer ao Paquistão por colaborar com os EUA. No domingo, o primeiro-ministro Tony Blair declarou à CNN que a actual situação "é uma guerra entre o mundo civilizado e o fanático" e que este último não olha a meios para atingir os seus fins.

Sudão não teme retaliações

Depois de ter sido bombardeado pelos EUA, em 1998, o Sudão diz não temer quaisquer retaliações por parte do gigante norte-americano. O Governo islâmico de Cartum condenou firmemente os atentados terroristas e garantiu que as relações com Washington estão a melhorar. As autoridades salientaram ainda a imediata protecção dada às embaixadas ocidentais no Sudão, na altura do atentado. "O Sudão não é um Estado terrorista, nem apoia o terrorismo e não defende os actos que visam civis inocentes", garantiu o Presidente Omar al-Bachir.

À Espera do Contra-ataque da América

Terça-feira, 18 de Setembro de 2001

Islamistas ameaçam atacar interesses norte-americanos

O Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), de Hassan Hattab - uma organização dissidente do Grupo Islâmico Armado, GIA -, ameaçou atacar interesses norte-americanos e europeus na Argélia, se esses países persistirem na ideia de atacarem países muçulmanos e/ou árabes.

O jornal argelino "El Youm" recebeu ontem um comunicado desta organização islâmica que declara que cumprirá as suas ameaças se os ataques aos interesses islamistas nos EUA, Reino Unido, França e Bélgica persistirem. O grupo condena esses países por se terem precipitado e estarem a aplacar a sua ira contra inocentes. Dizem ainda que este plano foi engendrado por "judeus e infiéis".

"Nas suas acções, as organizações islâmicas não visam civis inocentes", afirmam ainda, demarcando-se assim dos atentados da última terça-feira contra os EUA. O GSPC está contra a posição tomada pelo Governo argelino de apoio aos EUA. Este grupo foi criado em 1998 com o apoio e financiamento de Bin Laden.

Khadafi avisa Washington contra riscos de atacar Cabul

O líder líbio Moammar Khadafi considera que os EUA têm todo o direito de responder militarmente aos ataques terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono, mas vai avisando os norte-americanos sobre a situação difícil em que o Afeganistão se encontra, depois da guerra civil.

"Os EUA são uma nação forte e poderosa; será um acto de coragem atacar o Afeganistão, um país completamente destruído, sem estradas, indústria e onde as pessoas se deslocam de burros ou em carroças? Será que isso resolve o problema?", questionou, num encontro numa pequena cidade líbia. Khadafi lembrou ainda que, antes da guerra civil, morreram 20 mil soldados soviéticos durante a invasão do Afeganistão e aconselha os EUA a serem pacientes.

O líder líbio - cujo regime faz parte da lista americana dos países que apoiam o terrorismo - é da opinião de que "Bin Laden e os seus seguidores vão dispersar-se pelas montanhas e que isso pode causar outras 20 mil mortes" e que o ataque a um país muçulmano pode provocar a reacção de outros países islâmicos.

Em contrapartida, Khadafi defende uma conferência internacional sobre o terrorismo. "Os terroristas são como os engenhos explosivos. Não sabemos onde estão, nem que estragos vão fazer", disse o líder líbio, no poder há 32 anos, que apresentou as suas condolências aos americanos, lembrando, no entanto, que esses estão a sofrer como outros povos, em África ou em outras partes do mundo, também sofrem.

Ingleses também apontam o dedo a Bin Laden

Os serviços secretos britânicos apontam o dedo a Osama bin Laden e consideram-no o principal suspeito pelos ataques terroristas da última terça-feira nos EUA. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jack Straw, confirma a posição dos serviços secretos e considera que o mundo enfrenta uma "ameaça mortal" quando existem "pessoas que estão dispostas a usar aviões com passageiros inocentes como se fossem mísseis de cruzeiro".

O ministro britânico, em entrevista à BBC, aproveitou ainda para agradecer ao Paquistão por colaborar com os EUA. No domingo, o primeiro-ministro Tony Blair declarou à CNN que a actual situação "é uma guerra entre o mundo civilizado e o fanático" e que este último não olha a meios para atingir os seus fins.

Sudão não teme retaliações

Depois de ter sido bombardeado pelos EUA, em 1998, o Sudão diz não temer quaisquer retaliações por parte do gigante norte-americano. O Governo islâmico de Cartum condenou firmemente os atentados terroristas e garantiu que as relações com Washington estão a melhorar. As autoridades salientaram ainda a imediata protecção dada às embaixadas ocidentais no Sudão, na altura do atentado. "O Sudão não é um Estado terrorista, nem apoia o terrorismo e não defende os actos que visam civis inocentes", garantiu o Presidente Omar al-Bachir.

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