JORNAL PUBLICO: Narciso descobre "sinais de desespero" no PSD

13-11-1999
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05/08/95

Sondagem entusiasma dirigentes do PS-Porto

Narciso descobre "sinais de desespero" no PSD

"Só ontem percebi as razões que estiveram subjacentes ao discurso de Cavaco Silva no comício da Foz. Foi uma intervenção com sinais de desespero, perante uma situação desfavorável para o PSD." Municiado com uma sondagem de opinião que lhe fora "entregue na véspera e na qual a maioria dos inquiridos deseja uma nova maioria com o PS a governar", Narciso Miranda era um homem optimista. No encontro informal com os jornalistas que precedeu o acto formal da entrega das listas de deputados no tribunal, o líder distrital do PS-Porto, embora não divulgasse o estudo de opinião encomendado à Euroexpansão - "só o recebi ontem e tenho de analisar os números com maior profundidade" -, garantiu que a sondagem aponta "Guterres como o líder melhor preparado para resolver os problemas do país e que o PS vem aumentando o capital de confiança dos portugueses".

Mas mal se dava por concluído o encontro e já os números circulavam entre os jornalistas. Realizada ao longo do mês de Julho, junto de 1500 pessoas, a sondagem, distrital, segundo os dirigentes socialistas, coloca o PS mais de 13 pontos percentuais à frente do PSD, deixando o PP e a CDU quase ao mesmo nível, abaixo dos seis por cento. À segunda escolha, O PS aumentaria a vantagem, para uns 17 pontos, apesar de o PSD também registar uma subida, tal como o PP e A CDU. Ou seja, a verficarem-se estes resultados, PS e PSD, em relação às últimas legislativas, praticamente trocariam de posição.

Narciso Miranda não quis confirmar nem desmentir os números. Optou por adiantar apenas que o estudo traduz uma vontade de mudança do eleitorado, "angustiado e frustrado com promessas por cumprir pela velha maioria, que, sobretudo nos últimos quatro anos, se enredou numa lógica clientelar e aumentou as assimetrias". O líder distrital socialista, que afirmou que o PS, com Guterres no Governo, "implementará a regionalização e potenciará o Norte", quis vincar ainda "a ampla renovação da lista do Porto, aberta à participação de independentes".

De mudança falou também a mandatária distrital, Elisa Ferreira, que participou no encontro ao lado dos candidatos Pina Moura, Rosa Mota, Francisco Assis, Joaquim Couto e José Saraiva. Assumindo a sua participação como independente ao lado do PS como um "voto de confiança na mudança", Elisa Ferreira deu também o timbre da próxima campanha socialista, ao falar da regionalização. Para logo acusar o PSD de ter faltado às promessas, apesar de dispor de maioria absoluta, num exemplo concreto do "afastamento cada vez maior dos decisores políticos em relação aos cidadãos".

Filomena Fontes

05/08/95

Sondagem entusiasma dirigentes do PS-Porto

Narciso descobre "sinais de desespero" no PSD

"Só ontem percebi as razões que estiveram subjacentes ao discurso de Cavaco Silva no comício da Foz. Foi uma intervenção com sinais de desespero, perante uma situação desfavorável para o PSD." Municiado com uma sondagem de opinião que lhe fora "entregue na véspera e na qual a maioria dos inquiridos deseja uma nova maioria com o PS a governar", Narciso Miranda era um homem optimista. No encontro informal com os jornalistas que precedeu o acto formal da entrega das listas de deputados no tribunal, o líder distrital do PS-Porto, embora não divulgasse o estudo de opinião encomendado à Euroexpansão - "só o recebi ontem e tenho de analisar os números com maior profundidade" -, garantiu que a sondagem aponta "Guterres como o líder melhor preparado para resolver os problemas do país e que o PS vem aumentando o capital de confiança dos portugueses".

Mas mal se dava por concluído o encontro e já os números circulavam entre os jornalistas. Realizada ao longo do mês de Julho, junto de 1500 pessoas, a sondagem, distrital, segundo os dirigentes socialistas, coloca o PS mais de 13 pontos percentuais à frente do PSD, deixando o PP e a CDU quase ao mesmo nível, abaixo dos seis por cento. À segunda escolha, O PS aumentaria a vantagem, para uns 17 pontos, apesar de o PSD também registar uma subida, tal como o PP e A CDU. Ou seja, a verficarem-se estes resultados, PS e PSD, em relação às últimas legislativas, praticamente trocariam de posição.

Narciso Miranda não quis confirmar nem desmentir os números. Optou por adiantar apenas que o estudo traduz uma vontade de mudança do eleitorado, "angustiado e frustrado com promessas por cumprir pela velha maioria, que, sobretudo nos últimos quatro anos, se enredou numa lógica clientelar e aumentou as assimetrias". O líder distrital socialista, que afirmou que o PS, com Guterres no Governo, "implementará a regionalização e potenciará o Norte", quis vincar ainda "a ampla renovação da lista do Porto, aberta à participação de independentes".

De mudança falou também a mandatária distrital, Elisa Ferreira, que participou no encontro ao lado dos candidatos Pina Moura, Rosa Mota, Francisco Assis, Joaquim Couto e José Saraiva. Assumindo a sua participação como independente ao lado do PS como um "voto de confiança na mudança", Elisa Ferreira deu também o timbre da próxima campanha socialista, ao falar da regionalização. Para logo acusar o PSD de ter faltado às promessas, apesar de dispor de maioria absoluta, num exemplo concreto do "afastamento cada vez maior dos decisores políticos em relação aos cidadãos".

Filomena Fontes

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