DN

03-05-2001
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Se estes objectivos não forem alcançados, o PS tem um futuro indeterminado. Vamos a factos, sem rodeios nem ambiguidades.

1 - Clarificação e consolidação da orientação política. O PS é um partido interclassista e a sua base sociológica central é a classe média, tal como os trabalhadores por conta de outrem. Ou seja: as transformações, as reformas que urge concretizar têm de ter um sentido político claro - a construção de uma sociedade mais humana, mais fraterna e mais solidária. O que está em causa não é só reformar. É reformar com uma orientação precisa - a solidariedade.

Dois exemplos positivos:

- A reforma fiscal;

- A reforma da segurança social.

Num e noutro caso, as iniciativas originam benefícios para os portugueses, em geral, e, em particular, para a classe média e para os trabalhadores por conta de outrem.

Num e noutro caso, os grandes grupos económicos contestaram estas iniciativas e, de forma compreensiva, procuram defender os seus interesses. No entanto, os corporativismos que não querem transformações estão a ser enfrentados e vencidos. Estes são exemplos claros da estratégia que devemos ter para comandar a agenda política - reforçar o impulso reformista com uma orientação política clara. Quem promove reformas não pode nem deve agradar a todos. O PS é um partido de esquerda moderna e europeia e tem de ter coragem, como nestes casos se verificou, para optar, decidir, enfrentar a polémica e interesses. Governar é isso mesmo. Apresentar propostas, colocar o Parlamento e o País a discuti-las é o desafio que se coloca no PS.

2 - Mais iniciativa política, mais luta, mais determinação, mais coesão, maior coordenação. A nossa agenda política deve ter, prioritariamente, os grandes temas nacionais, dos quais destaco a saúde, a educação, a justiça e a reforma do Estado. Estas prioridades não impedem a discussão de outros temas, mesmo que não sejam consensuais. É o caso da interrupção voluntária da gravidez (IVG).

Fui e sou a favor da IVG, tendo feito campanha pública no referendo recentemente realizado. Por isso, espero que esta medida seja aprovada no Parlamento. Nesse sentido, a seu tempo e depois de reflectir e discutir a questão com o grupo parlamentar e a sua direcção, subscreverei um projecto de lei sobre esta importante matéria. Defender a IVG é uma coisa. Outra situação bem distinta é, pouco tempo depois do referendo, apresentar, no congresso, uma moção que, antes de tudo e com todo o seu conteúdo e a metodologia que impõe, visa criar problemas ao PS e à sua liderança e dar uma imagem de divisão.

O PS deve continuar a ser um partido plural, aberto e moderno. Mas temos, todos, de ter mais respeito pelos outros e não promover actos que, quer queiramos quer não, são vistos e sentidos como instrumentos de luta política interna que nada têm a ver com a natureza da matéria em discussão. O objectivo com certeza que não era esse, mas corre o risco de ter essa interpretação. Será um péssimo serviço ao objectivo em si, que é justo e correcto, e também um péssimo serviço ao PS e à necessidade, evidente para todos, de transformar este congresso num novo impulso político.

Ao PS cabe dar resposta às necessidades dos portugueses e não a questões que só desgastam a sua imagem e põem em causa o trabalho que milhares e milhares de pessoas fazem no dia-a-dia, em todo o País. A função do PS e dos seus dirigentes, em particular, é concretizar os seus compromissos e resolver os problemas dos portugueses. É isso que os portugueses esperam deste congresso.

Se estes objectivos não forem alcançados, o PS tem um futuro indeterminado. Vamos a factos, sem rodeios nem ambiguidades.

1 - Clarificação e consolidação da orientação política. O PS é um partido interclassista e a sua base sociológica central é a classe média, tal como os trabalhadores por conta de outrem. Ou seja: as transformações, as reformas que urge concretizar têm de ter um sentido político claro - a construção de uma sociedade mais humana, mais fraterna e mais solidária. O que está em causa não é só reformar. É reformar com uma orientação precisa - a solidariedade.

Dois exemplos positivos:

- A reforma fiscal;

- A reforma da segurança social.

Num e noutro caso, as iniciativas originam benefícios para os portugueses, em geral, e, em particular, para a classe média e para os trabalhadores por conta de outrem.

Num e noutro caso, os grandes grupos económicos contestaram estas iniciativas e, de forma compreensiva, procuram defender os seus interesses. No entanto, os corporativismos que não querem transformações estão a ser enfrentados e vencidos. Estes são exemplos claros da estratégia que devemos ter para comandar a agenda política - reforçar o impulso reformista com uma orientação política clara. Quem promove reformas não pode nem deve agradar a todos. O PS é um partido de esquerda moderna e europeia e tem de ter coragem, como nestes casos se verificou, para optar, decidir, enfrentar a polémica e interesses. Governar é isso mesmo. Apresentar propostas, colocar o Parlamento e o País a discuti-las é o desafio que se coloca no PS.

2 - Mais iniciativa política, mais luta, mais determinação, mais coesão, maior coordenação. A nossa agenda política deve ter, prioritariamente, os grandes temas nacionais, dos quais destaco a saúde, a educação, a justiça e a reforma do Estado. Estas prioridades não impedem a discussão de outros temas, mesmo que não sejam consensuais. É o caso da interrupção voluntária da gravidez (IVG).

Fui e sou a favor da IVG, tendo feito campanha pública no referendo recentemente realizado. Por isso, espero que esta medida seja aprovada no Parlamento. Nesse sentido, a seu tempo e depois de reflectir e discutir a questão com o grupo parlamentar e a sua direcção, subscreverei um projecto de lei sobre esta importante matéria. Defender a IVG é uma coisa. Outra situação bem distinta é, pouco tempo depois do referendo, apresentar, no congresso, uma moção que, antes de tudo e com todo o seu conteúdo e a metodologia que impõe, visa criar problemas ao PS e à sua liderança e dar uma imagem de divisão.

O PS deve continuar a ser um partido plural, aberto e moderno. Mas temos, todos, de ter mais respeito pelos outros e não promover actos que, quer queiramos quer não, são vistos e sentidos como instrumentos de luta política interna que nada têm a ver com a natureza da matéria em discussão. O objectivo com certeza que não era esse, mas corre o risco de ter essa interpretação. Será um péssimo serviço ao objectivo em si, que é justo e correcto, e também um péssimo serviço ao PS e à necessidade, evidente para todos, de transformar este congresso num novo impulso político.

Ao PS cabe dar resposta às necessidades dos portugueses e não a questões que só desgastam a sua imagem e põem em causa o trabalho que milhares e milhares de pessoas fazem no dia-a-dia, em todo o País. A função do PS e dos seus dirigentes, em particular, é concretizar os seus compromissos e resolver os problemas dos portugueses. É isso que os portugueses esperam deste congresso.

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