PS desagrava Catarino

21-12-2000
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Fernando Gomes desdobra-se em contactos no Porto

PS Desagrava Catarino

Por RAPOSO ANTUNES E MÁRIO BARROS

Quinta-feira, 21 de Dezembro de 2000 No PS-Porto, vive-se um verdadeiro frenesim. Anteontem à noite, o partido esteve em peso num jantar de desagravo ao recém-demitido presidente da ARS-Norte, Jorge Catarino. Por seu turno, Fernando Gomes desmultiplica-se em encontros com a chamada sociedade civil. Fernando Gomes foi ontem agradecer ao bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho, "as palavras amáveis" que este lhe dirigiu na sequência da polémica sobre a Fundação para a Prevenção e Segurança. "Foi uma das poucas vozes que me defenderam, mas é uma voz que tem na sociedade portuguesa o peso de ser a de D. Armindo", referiu, acrescentando que as palavras do prelado ("num momento que, para mim, não foi fácil") constituíram um "incentivo à verdade". O ex-ministro da Administração Interna, que ontem reocupou o seu lugar de deputado, manifestou ainda a esperança de vir a merecer o apoio e a solidariedade do grupo parlamentar do PS. "Os socialistas sabem ser solidários, mesmo que, às vezes, haja momentos difíceis na vida do partido, como o que estamos a passar", considerou, desdramatizando assim as críticas de que terá sido alvo na reunião de segunda-feira, entre os presidentes das federações do PS e António Guterres. No final do encontro com o bispo do Porto, este prelado voltou a elogiar a frontalidade de Gomes no caso da fundação, considerando que o ex-ministro "foi mal julgado na opinião pública portuguesa". "Sei que é um homem de verdade, um homem frontal, e gostei da sua frontalidade perante a hipótese de acentuar as raízes da sua carreira ou de as prejudicar", afirmou D. Armindo Lopes Coelho, frisando: "Acredito no dr. Fernando Gomes neste e noutros processos". O bispo do Porto disse ainda que Gomes teve, "antes deste, outros momentos difíceis enquanto ministro da Administração Interna", e foi então "mal julgado por atitudes que teve de tomar numa série de problemas, que eram apenas uma herança que lhe puseram nas mãos e não tiveram solução no mandato anterior". Questionado sobre o carácter político da sua intervenção a favor do ex-ministro, D. Armindo disse não perceber por que se há-de "furtar a fazer declarações de ordem política até aos limites que entender", sublinhando: "Também sou cidadão e eleitor". Claramente numa estratégia de não querer deitar mais achas para a fogueira, Gomes, por seu turno, fez uma única referência sobre a actual situação no PS: "O partido saberá encontrar as energias suficientes para dar o salto em frente". Quanto ao seu próprio salto em frente, esse parece ter um objectivo mais preciso. O ex-presidente da Câmara do Porto vai desmultiplicar-se em contactos com a chamada sociedade civil e com o partido nos próximos dias, tentando recuperar o terreno perdido desde que integrou o Governo. Hoje à noite, Gomes estará no Casino de Espinho, para receber a "Pantera de Honra", o mais importante galardão do Boavista Futebol Clube, que só foi atribuído, até agora, a antigos presidentes do clube. Amanhã, almoçará com Virgílio Folhadela, presidente da Associação Comercial do Porto. À noite, participará numa ceia de Natal, organizada pelo partido, onde também estarão presentes os membros do Governo oriundos do Porto, os deputados eleitos pelo círculo, os presidentes das câmaras de maioria socialista do distrito e a direcção distrital do PS. Esta iniciativa está a ser aguardada com enorme expectativa, uma vez que poderão reunir-se figuras que, ultimamente, têm andado em campos opostos do partido.u=B67651D4Grande parte da família socialista nortenha marcou entretanto presença no jantar de homenagem a Jorge Catarino, que decorreu anteontem à noite, no Porto. Nas palavras de Orlando Gaspar, presidente da Concelhia do PS/Porto, a iniciativa visava "agradecer ao dr. Catarino o trabalho que desenvolveu no desempenho geral das suas funções na Administração Regional de Saúde do Norte". Recorde-se que Catarino demitiu-se (ou foi demitido) da ARS-Norte, após ter dito que optaria sempre por militantes do PS para ocupar cargos desde que estes estivessem em circunstâncias idênticas a outros candidatos. Além da estrutura concelhia do PS portuense, estiveram presentes, entre outros, o líder distrital do partido, Narciso Miranda, o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, bem como os socialistas que presidem às câmaras de Penafiel, Santo Tirso, Braga e Guimarães, o governador civil de Braga, Fernando Moniz, e vários deputados dos distritos de Braga e do Porto. Jorge Catarino disse estar "de consciência tranquila", reafirmando a sua tese acerca das nomeações para cargos públicos: "Se eu dissesse que, em igualdade de circunstâncias, optava por uma candidatura de alguém de outro partido, as pessoas riam-se. É uma prática comum há vários anos em Portugal e em outros países democráticos". *com Lusa OUTROS TÍTULOS EM POLÍTICA Urânio ameaça tropas portuguesas

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