OPINIÃO

08-02-2004
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ESCADA ROLANTE

Mário Mendes

Toda s as pal avras são poucas para definir o tamanho do exemplo deste cidadão Alpalhoeiro, Portalegrense, universal, que dá pelo nome de António Joaquim Eustáquio.

Fundador e principal dinamizador da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre, o seu exemplo e a obra que tem procurado expandir, são, há muito, referência a nível nacional. O distrito de Portalegre através do labor da sua Associação de Dadores de Sangue muito tem contribuído para que esse líquido vital não falte nos hospitais, quando mais é preciso para salvar vidas. Se é verdade que "basta uma gota para evitar uma mar de lágrimas", então poderemos dizer que as gotas recolhidas pela acção voluntária e voluntariosa deste homem e de uma equipa que comunga dos mesmos objectivos humanistas, "evitaram muitos oceanos de tristeza" e restituíram a luz da esperança a muitos que a consideravam perdida.

O concelho de Nisa bem pode orgulhar-se de ter sido o berço deste cidadão exemplar. Homenageá-lo, condignamente, em vida, mais do que um dever, é uma obrigação de quem detém a responsabilidade ética e moral para o fazer. Publicamente.

São homens e mulheres de todas as idades e de todas as profissões e habilitações. Juntam-se, desde há anos, em dias certos no calendário, no Quartel dos Bombeiros. Começam a chegar logo pela manhã e trazem no coração grande, a vontade firme, inabalável, de transformar a palavra solidariedade num gesto efectivo, afectivo e anónimo, de dádiva, de partilha com o outro, de que desconhecem o nome e a origem.

São homens e mulheres - é preciso que venham mais jovens! - de todas as idades. Trazem com eles a esperança, a certeza de contribuírem para salvar vidas. Vêm alegres, confiantes, regressam ainda mais satisfeitos e conscientes do dever cumprido. Duas gotas, várias gotas de sangue, custam, afinal, tão pouco e fazem tão bem...

A Câmara quer "mandar abaixo" as árvores imponentes que estão no interior do cemitério municipal de Nisa. Os argumentos para tão estranha decisão, radicam em aspectos como o da "limpeza das campas", a "antiguidade das árvores", o "evitar de prejuízos em caso da queda da(s) árvores(s)". Razões atendíveis, não fosse o caso de se tratar de exemplares arbóreos únicos, de grande valor paisagístico e patrimonial, que nasceram e cresceram paralelamente com o espaço sagrado onde se inserem. Mereciam, por fazerem parte da memória do cemitério municipal, que não lhe abreviassem a morte, e sim, que tudo se fizesse para lhes prolongar a vida. O eucalipto do Rossio tem, pelo menos, 120 anos. Vão, acaso, "matá-lo" por ser velho? A sua queda ou a queda de ramos não é passível de causar prejuízos? Mas, essa relação de causa e efeito, não é comum a todas as árvores?

Em vez da decisão arboricida, por que não procura a edilidade, reabilitar tanto as árvores, como o espaço que as envolve? Ou será que, em Nisa, actualmente, requalificar significa erigir sobre os escombros da memória e da identidade?

Sobre a situação da Finos

Deputados socialistas apresentaram requerimento

Com data de 8 de Janeiro, os deputados socialistas eleitos pelo distrito, Júlio Miranda Calha e Zelinda Marouço Semedo, apresentaram na Assembleia da República um requerimento dirigido aos ministérios do Trabalho e dos Assuntos Sociais, e das Finanças, sobre a falência decretada na fábrica de lanifícios de Portalegre (Finos) e que se transcreve.

" A falência agora decretada na fábrica Fino´s, fábrica de lanifícios de Portalegre, acarreta para a região problemas acrescidos, não só por atirar para o desemprego trezentos trabalhadores, na sua grande maioria mulheres, mas também por que esta empresa há muito sediada no distrito faz parte das empresas com maiores tradições a nível local.

O encerramento de mais esta unidade fabril coloca problemas de direitos adquiridos que têm de ser acautelados, sem prejuízo de se encontrarem alternativas.

Trata-se de um drama humano que afecta famílias inteiras em Portalegre e de um grave empobrecimento para o tecido empresarial da região.

Neste sentido e perante o silêncio de autoridades nacionais e locais sobre o assunto, requere-se, com a maior urgência, aos Ministérios do Trabalho e dos Assuntos Sociais, nos termos constitucionais e regimentais em vigor, uma informação urgente sobre as acções desenvolvidas para obstar ao desaparecimento de uma empresa que tem a maior incidência neste distrito."

A SEMENTE DA PALAVRA

Euro versus dólar

Neste espaço, meses atrás, atreveu-se a escrever e a concordar com os analistas económicos que previam que até final de 2003 a moeda única europeia chegaria aos 1,20 euros face ao dólar. Contudo, muito antes, já a moeda europeia ultrapassara aquela barreira mítica. E, hoje, a perspectiva é que outro máximo será em breve alcançado, que é a fasquia de 1euro igual a 0,769 dólares ( 1 dólar = 1,30 euros).

Muitos não esperariam por este "sucesso" da moeda europeia. Mas, há muito que a economia americana dava sinais de fragilidade, e uma espécie de escândalos financeiros ocorridos nos EUA em 2002 tornaram irreversível a situação presente. Também, a actual política externa do governo dos Estados Unidos da América tem contribuído para que muitas transacções sejam agora feitas em euros e não em dólares.

Aliás, uma das principais razões da invasão e ocupação do Iraque pelos EUA, a par do controlo daquele "lago" de petróleo, era acabar com a medida tomada pelo governo do Iraque, em 2000, segundo a qual as transacções do petróleo iraquiano tinham passado a ser feitas em euros e não em dólares, medida económica que "criou" o maior pânico nas bolsas americanas. E, em finais de 2003, a Rússia "sugeriu" que os seus negócios petrolíferos poderiam, a curto prazo, vir a ser feitos em euros.

Mário Casa Nova Martins

A BARCA DO INFERNO

Feliz ano novo

- Frei Betto *

Feliz Ano Novo aos que acordam em 2004 sem a ressaca da culpa, plenos de vida na qual a paixão sobrepuja a omissão e o encanto tece luzes onde a amargura costuma bordar teias de aranha.

Feliz ano a quem não sonega afectos, arranca de si fontes onde borbulham transparências e não mira os que lhe são próximos como estranhos passageiros de uma viagem sem pouso, praias ou horizontes.

Felizes aqueles que abandonam no passado seus excessos de bagagem e, coração imponderável, recolhem à terra a pipa do orgulho e do tédio; generosos, ousam a humildade.

Ano Novo a todos que despertam hoje ao som de preces e agradecem o tido e não havido, maravilhados pelo dom da vida, malgrado tantas rachaduras nas paredes, figos ressecados e gatos furtivos.

Bom ano a quem gosta de feijão e se compraz nos grãos sobrados em prato alheio; a vida é dádiva, contracção do útero, desejo erecto, espírito glutão insaciado de Deus.

Novo seja o ano àqueles que nunca maldizem e possuem a própria língua, poupam palavras e semeiam fragrâncias nas veredas dos sentimentos.

Seja também feliz o ano de quem se guarda no olhar e, se tropeça, não cai no abismo da inveja nem se perde em escuridões onde o pavor é apenas o eco de seus próprios temores.

Novo ano a quem se recusa a ser tão velho que ambiciona tudo novo: corpo, carro e amor; viver é graça a quem acaricia suas rugas e trata seus limites como cerca florida de choupana montanhês.

Tenham um feliz ano todos que sabem ser gordos e felizes, endividados e alegres, carentes de afago mas repletos de vindouras fortunas em seus anseios.

Feliz Ano Novo aos órfãos de Deus e de esperanças, e aos mendigos com vergonha de pedir; aos cavaleiros da noite e às damas que jamais provaram do leite que carregam em seus seios.

Felizes sejam, neste ano, os homens ridiculamente adornados, supostos campeões de vantagens; aqueles que nada temem, excepto o olhar súplice do filho e o sorriso irónico das mulheres que não lhes querem.

Felizes sejam também as mulheres que se matam de amor, e de dor por quem não merece, e que, no espelho, se descobrem tão belas por fora quanto o sabem por dentro.

Seja novo o ano para os bêbados que jamais tropeçam em impertinências e para quem não conspira contra a vida alheia.

Feliz Ano Novo para quem colecciona utopias, faz de suas mãos arado e, com o próprio sangue, rega as sementes que cultiva.

Sejam muito felizes os velhos que não se disfarçam de jovens e os jovens que superam a velhice precoce; seus corações tragam a idade alvíssara de emoções férteis.

Muitas felicidades aos que trazem em si a casa do silêncio e, à tarde, oferecem em suas varandas chocolate quente adocicado com sorrisos de sabedoria.

Um ano feliz aos que não se ostentam no poleiro da própria vaidade, tratam a morte sem estranheza e brincam com a criança que os habita.

Feliz Ano Novo aos sonâmbulos que se equilibram em fios que unem postes e aos que garimpam luzes nas esquinas da noite.

Um Ano Novo muito feliz a todos nós que juramos sequestrar os vícios que carregamos e não pagar o resgate da dependência; o futuro nos fará magros por comer menos; saudáveis, por fumar oxigénio; solidários, por partilhar dons e bens.

Feliz 2004 ao Brasil que circunscreve a geografia do paraíso terrestre, sem terramotos, tufões, furacões, maremotos, desertos, vulcões, geleiras, tornados, neves e montanhas inabitáveis. Conceda-nos Deus a bênção de tantos dons.

* Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotscho, de "Essa Escola Chamada Vida" (Ática), entre outros livros.

ESCADA ROLANTE

Mário Mendes

Toda s as pal avras são poucas para definir o tamanho do exemplo deste cidadão Alpalhoeiro, Portalegrense, universal, que dá pelo nome de António Joaquim Eustáquio.

Fundador e principal dinamizador da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre, o seu exemplo e a obra que tem procurado expandir, são, há muito, referência a nível nacional. O distrito de Portalegre através do labor da sua Associação de Dadores de Sangue muito tem contribuído para que esse líquido vital não falte nos hospitais, quando mais é preciso para salvar vidas. Se é verdade que "basta uma gota para evitar uma mar de lágrimas", então poderemos dizer que as gotas recolhidas pela acção voluntária e voluntariosa deste homem e de uma equipa que comunga dos mesmos objectivos humanistas, "evitaram muitos oceanos de tristeza" e restituíram a luz da esperança a muitos que a consideravam perdida.

O concelho de Nisa bem pode orgulhar-se de ter sido o berço deste cidadão exemplar. Homenageá-lo, condignamente, em vida, mais do que um dever, é uma obrigação de quem detém a responsabilidade ética e moral para o fazer. Publicamente.

São homens e mulheres de todas as idades e de todas as profissões e habilitações. Juntam-se, desde há anos, em dias certos no calendário, no Quartel dos Bombeiros. Começam a chegar logo pela manhã e trazem no coração grande, a vontade firme, inabalável, de transformar a palavra solidariedade num gesto efectivo, afectivo e anónimo, de dádiva, de partilha com o outro, de que desconhecem o nome e a origem.

São homens e mulheres - é preciso que venham mais jovens! - de todas as idades. Trazem com eles a esperança, a certeza de contribuírem para salvar vidas. Vêm alegres, confiantes, regressam ainda mais satisfeitos e conscientes do dever cumprido. Duas gotas, várias gotas de sangue, custam, afinal, tão pouco e fazem tão bem...

A Câmara quer "mandar abaixo" as árvores imponentes que estão no interior do cemitério municipal de Nisa. Os argumentos para tão estranha decisão, radicam em aspectos como o da "limpeza das campas", a "antiguidade das árvores", o "evitar de prejuízos em caso da queda da(s) árvores(s)". Razões atendíveis, não fosse o caso de se tratar de exemplares arbóreos únicos, de grande valor paisagístico e patrimonial, que nasceram e cresceram paralelamente com o espaço sagrado onde se inserem. Mereciam, por fazerem parte da memória do cemitério municipal, que não lhe abreviassem a morte, e sim, que tudo se fizesse para lhes prolongar a vida. O eucalipto do Rossio tem, pelo menos, 120 anos. Vão, acaso, "matá-lo" por ser velho? A sua queda ou a queda de ramos não é passível de causar prejuízos? Mas, essa relação de causa e efeito, não é comum a todas as árvores?

Em vez da decisão arboricida, por que não procura a edilidade, reabilitar tanto as árvores, como o espaço que as envolve? Ou será que, em Nisa, actualmente, requalificar significa erigir sobre os escombros da memória e da identidade?

Sobre a situação da Finos

Deputados socialistas apresentaram requerimento

Com data de 8 de Janeiro, os deputados socialistas eleitos pelo distrito, Júlio Miranda Calha e Zelinda Marouço Semedo, apresentaram na Assembleia da República um requerimento dirigido aos ministérios do Trabalho e dos Assuntos Sociais, e das Finanças, sobre a falência decretada na fábrica de lanifícios de Portalegre (Finos) e que se transcreve.

" A falência agora decretada na fábrica Fino´s, fábrica de lanifícios de Portalegre, acarreta para a região problemas acrescidos, não só por atirar para o desemprego trezentos trabalhadores, na sua grande maioria mulheres, mas também por que esta empresa há muito sediada no distrito faz parte das empresas com maiores tradições a nível local.

O encerramento de mais esta unidade fabril coloca problemas de direitos adquiridos que têm de ser acautelados, sem prejuízo de se encontrarem alternativas.

Trata-se de um drama humano que afecta famílias inteiras em Portalegre e de um grave empobrecimento para o tecido empresarial da região.

Neste sentido e perante o silêncio de autoridades nacionais e locais sobre o assunto, requere-se, com a maior urgência, aos Ministérios do Trabalho e dos Assuntos Sociais, nos termos constitucionais e regimentais em vigor, uma informação urgente sobre as acções desenvolvidas para obstar ao desaparecimento de uma empresa que tem a maior incidência neste distrito."

A SEMENTE DA PALAVRA

Euro versus dólar

Neste espaço, meses atrás, atreveu-se a escrever e a concordar com os analistas económicos que previam que até final de 2003 a moeda única europeia chegaria aos 1,20 euros face ao dólar. Contudo, muito antes, já a moeda europeia ultrapassara aquela barreira mítica. E, hoje, a perspectiva é que outro máximo será em breve alcançado, que é a fasquia de 1euro igual a 0,769 dólares ( 1 dólar = 1,30 euros).

Muitos não esperariam por este "sucesso" da moeda europeia. Mas, há muito que a economia americana dava sinais de fragilidade, e uma espécie de escândalos financeiros ocorridos nos EUA em 2002 tornaram irreversível a situação presente. Também, a actual política externa do governo dos Estados Unidos da América tem contribuído para que muitas transacções sejam agora feitas em euros e não em dólares.

Aliás, uma das principais razões da invasão e ocupação do Iraque pelos EUA, a par do controlo daquele "lago" de petróleo, era acabar com a medida tomada pelo governo do Iraque, em 2000, segundo a qual as transacções do petróleo iraquiano tinham passado a ser feitas em euros e não em dólares, medida económica que "criou" o maior pânico nas bolsas americanas. E, em finais de 2003, a Rússia "sugeriu" que os seus negócios petrolíferos poderiam, a curto prazo, vir a ser feitos em euros.

Mário Casa Nova Martins

A BARCA DO INFERNO

Feliz ano novo

- Frei Betto *

Feliz Ano Novo aos que acordam em 2004 sem a ressaca da culpa, plenos de vida na qual a paixão sobrepuja a omissão e o encanto tece luzes onde a amargura costuma bordar teias de aranha.

Feliz ano a quem não sonega afectos, arranca de si fontes onde borbulham transparências e não mira os que lhe são próximos como estranhos passageiros de uma viagem sem pouso, praias ou horizontes.

Felizes aqueles que abandonam no passado seus excessos de bagagem e, coração imponderável, recolhem à terra a pipa do orgulho e do tédio; generosos, ousam a humildade.

Ano Novo a todos que despertam hoje ao som de preces e agradecem o tido e não havido, maravilhados pelo dom da vida, malgrado tantas rachaduras nas paredes, figos ressecados e gatos furtivos.

Bom ano a quem gosta de feijão e se compraz nos grãos sobrados em prato alheio; a vida é dádiva, contracção do útero, desejo erecto, espírito glutão insaciado de Deus.

Novo seja o ano àqueles que nunca maldizem e possuem a própria língua, poupam palavras e semeiam fragrâncias nas veredas dos sentimentos.

Seja também feliz o ano de quem se guarda no olhar e, se tropeça, não cai no abismo da inveja nem se perde em escuridões onde o pavor é apenas o eco de seus próprios temores.

Novo ano a quem se recusa a ser tão velho que ambiciona tudo novo: corpo, carro e amor; viver é graça a quem acaricia suas rugas e trata seus limites como cerca florida de choupana montanhês.

Tenham um feliz ano todos que sabem ser gordos e felizes, endividados e alegres, carentes de afago mas repletos de vindouras fortunas em seus anseios.

Feliz Ano Novo aos órfãos de Deus e de esperanças, e aos mendigos com vergonha de pedir; aos cavaleiros da noite e às damas que jamais provaram do leite que carregam em seus seios.

Felizes sejam, neste ano, os homens ridiculamente adornados, supostos campeões de vantagens; aqueles que nada temem, excepto o olhar súplice do filho e o sorriso irónico das mulheres que não lhes querem.

Felizes sejam também as mulheres que se matam de amor, e de dor por quem não merece, e que, no espelho, se descobrem tão belas por fora quanto o sabem por dentro.

Seja novo o ano para os bêbados que jamais tropeçam em impertinências e para quem não conspira contra a vida alheia.

Feliz Ano Novo para quem colecciona utopias, faz de suas mãos arado e, com o próprio sangue, rega as sementes que cultiva.

Sejam muito felizes os velhos que não se disfarçam de jovens e os jovens que superam a velhice precoce; seus corações tragam a idade alvíssara de emoções férteis.

Muitas felicidades aos que trazem em si a casa do silêncio e, à tarde, oferecem em suas varandas chocolate quente adocicado com sorrisos de sabedoria.

Um ano feliz aos que não se ostentam no poleiro da própria vaidade, tratam a morte sem estranheza e brincam com a criança que os habita.

Feliz Ano Novo aos sonâmbulos que se equilibram em fios que unem postes e aos que garimpam luzes nas esquinas da noite.

Um Ano Novo muito feliz a todos nós que juramos sequestrar os vícios que carregamos e não pagar o resgate da dependência; o futuro nos fará magros por comer menos; saudáveis, por fumar oxigénio; solidários, por partilhar dons e bens.

Feliz 2004 ao Brasil que circunscreve a geografia do paraíso terrestre, sem terramotos, tufões, furacões, maremotos, desertos, vulcões, geleiras, tornados, neves e montanhas inabitáveis. Conceda-nos Deus a bênção de tantos dons.

* Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotscho, de "Essa Escola Chamada Vida" (Ática), entre outros livros.

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