Maria Barroso recusa nova indigitação para presidente da Cruz Vermelha

26-06-2003
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Maria Barroso Recusa Nova Indigitação para Presidente da Cruz Vermelha

Sexta-feira, 20 de Junho de 2003

Dois dos seus vice-presidentes renunciaram também como forma de protesto pela forma como decorreu o processo

A presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Maria Barroso, recusou, na quarta-feira, ser indigitada novamente e dois dos seus vice-presidentes renunciaram no mesmo dia aos cargos em protesto pela forma como decorreu o processo para escolha de nomes para a liderança da instituição.

Segundo disse à Lusa fonte da CVP, a renúncia de dois dos três vice-presidentes da instituição, Miguel Veiga e Vitor Ramalho, deve-se à forma como se chegou à reunião de quarta-feira do Conselho Supremo da Cruz Vermelha, que aprovou uma lista de três nomes para a presidência da organização humanitária.

Pela primeira vez, a lista foi apresentada na reunião por um membro do Governo - o secretário de Estado da Defesa, Henrique de Freitas - e compreende, além da actual presidente, Maria Barroso, os nomes do ex-deputado do CDS Nogueira de Brito e do actual responsável distrital de Braga da CVP, Francisco Alvim.

O processo que levou à recusa de Maria Barroso em ser indigitada e à renúncia dos seus vice-presidentes teve início no princípio deste ano, altura em que se realizaram as eleições para as 25 delegações e 115 núcleos da instituição. São os núcleos e as delegações que constituem a Assembleia Geral da Cruz Vermelha e é a partir dessa votação que serão seleccionados 20 elementos (aos quais se juntam depois mais 11 indicados pelo Governo), que formam o Conselho Supremo.

O Conselho Supremo tem depois a incumbência de indicar três nomes ao ministro da Defesa, que tutela o organismo e a quem cabe escolher um dos nomes propostos.

Segundo explicou o vice-presidente demissionário Vitor Ramalho, as direcções dos núcleos e delegações eleitas no princípio do ano tomaram posse mas acabaram por não entrar em funções, vistos que as eleições foram declaradas nulas através de um despacho do ministro da Defesa, Paulo Portas, datado de 7 de Maio. os motivos da anulação das eleições baseavam-se, segundo o ministro, no facto deste não ter homologado o resultado do escrutíneo.

As contradições de Paulo Portas

Vitor Ramalho explicou depois à Lusa que o despacho do ministro Paulo Portas chegou à CVP no final do dia 8, véspera do dia marcado para a reunião da Assembleia Geral em que iam ser eleitos os seus 20 representantes no Conselho Supremo. Dada a inexistência do despacho suspensivo, os representantes não foram eleitos sendo, ao invés, submetido à Assembleia Geral o regulamento eleitoral, depois remetido ao ministro para homologação.

Na quarta-feira, contudo, o ministro da Defesa fez chegar à CVP um despacho dizendo que, ao contrário do despacho anterior, as eleições do princípio do ano para as delegações e núcleos são consideradas válidas, exceptuando o caso de Lisboa, onde se manteve a impugnação.

Face a esta contradição a direcção da CVP decidiu então suspender todas as reuniões previstas. A presidente Maria Barroso entendeu não estarem reunidas as condições necessárias para prosseguir no cargo, motivo que levou de imediato ao pedido de demissão de dois vice-presidentes. Lusa

Maria Barroso Recusa Nova Indigitação para Presidente da Cruz Vermelha

Sexta-feira, 20 de Junho de 2003

Dois dos seus vice-presidentes renunciaram também como forma de protesto pela forma como decorreu o processo

A presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Maria Barroso, recusou, na quarta-feira, ser indigitada novamente e dois dos seus vice-presidentes renunciaram no mesmo dia aos cargos em protesto pela forma como decorreu o processo para escolha de nomes para a liderança da instituição.

Segundo disse à Lusa fonte da CVP, a renúncia de dois dos três vice-presidentes da instituição, Miguel Veiga e Vitor Ramalho, deve-se à forma como se chegou à reunião de quarta-feira do Conselho Supremo da Cruz Vermelha, que aprovou uma lista de três nomes para a presidência da organização humanitária.

Pela primeira vez, a lista foi apresentada na reunião por um membro do Governo - o secretário de Estado da Defesa, Henrique de Freitas - e compreende, além da actual presidente, Maria Barroso, os nomes do ex-deputado do CDS Nogueira de Brito e do actual responsável distrital de Braga da CVP, Francisco Alvim.

O processo que levou à recusa de Maria Barroso em ser indigitada e à renúncia dos seus vice-presidentes teve início no princípio deste ano, altura em que se realizaram as eleições para as 25 delegações e 115 núcleos da instituição. São os núcleos e as delegações que constituem a Assembleia Geral da Cruz Vermelha e é a partir dessa votação que serão seleccionados 20 elementos (aos quais se juntam depois mais 11 indicados pelo Governo), que formam o Conselho Supremo.

O Conselho Supremo tem depois a incumbência de indicar três nomes ao ministro da Defesa, que tutela o organismo e a quem cabe escolher um dos nomes propostos.

Segundo explicou o vice-presidente demissionário Vitor Ramalho, as direcções dos núcleos e delegações eleitas no princípio do ano tomaram posse mas acabaram por não entrar em funções, vistos que as eleições foram declaradas nulas através de um despacho do ministro da Defesa, Paulo Portas, datado de 7 de Maio. os motivos da anulação das eleições baseavam-se, segundo o ministro, no facto deste não ter homologado o resultado do escrutíneo.

As contradições de Paulo Portas

Vitor Ramalho explicou depois à Lusa que o despacho do ministro Paulo Portas chegou à CVP no final do dia 8, véspera do dia marcado para a reunião da Assembleia Geral em que iam ser eleitos os seus 20 representantes no Conselho Supremo. Dada a inexistência do despacho suspensivo, os representantes não foram eleitos sendo, ao invés, submetido à Assembleia Geral o regulamento eleitoral, depois remetido ao ministro para homologação.

Na quarta-feira, contudo, o ministro da Defesa fez chegar à CVP um despacho dizendo que, ao contrário do despacho anterior, as eleições do princípio do ano para as delegações e núcleos são consideradas válidas, exceptuando o caso de Lisboa, onde se manteve a impugnação.

Face a esta contradição a direcção da CVP decidiu então suspender todas as reuniões previstas. A presidente Maria Barroso entendeu não estarem reunidas as condições necessárias para prosseguir no cargo, motivo que levou de imediato ao pedido de demissão de dois vice-presidentes. Lusa

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