Algumas caracterizações do PS“

25-01-2005
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Algumas caracterizações

do PS

“[os dirigentes socialistas] Estão piores do que nunca nos actos e pensamentos e, ainda por cima, revelam uma arrogância verdadeiramente insuportável, só comparável à exibida pelos cavaquistas de má memória nos períodos áureos das maiorias absolutas e dos oásis de ficção. O PS do diálogo, da tolerância, da transparência, das paixões, do coração, o que levou milhões de portugueses a dar-lhe a vitória em 95, já morreu. Agora, não só o discurso mudou como a prática política é cada vez mais igual à do PSD” - António Ribeiro Ferreira (DN, 1/6/98)

“Bem podem os partidos socialistas e sociais-democratas usar o unguento da solidariedade que nada pode afastá-los da farmacologia dos ultraliberais”.

“Pedir, por exemplo, ao Estado e ao Governo portugueses maior distância do empresariado seria pedir uma tarefa impossível porque é o capital - financeiro ou não - que hoje domina em toda a parte, como se pode ver nos balanços das grandes multinacionais e nos orçamentos num vasto número de estados” - Vitor Cunha Rego (DN, 22/6/98).

“A imaginação e a garra são inimigos da governação, sendo já evidente que os mentores de São Bento têm um objectivo: trabalhar o máximo para mudar o mínimo” - António Ribeiro Ferreira (DN, 28/6/98)

Manuel Alegre considerou “o resultado do referendo como «uma humilhação para o grupo parlamentar» e «uma derrota cultural da esquerda» (...). Nesta altura não se sabe muito bem

se o PS «é um partido liberal, social-democrata ou socialista»”.

Alberto Martins rebelou-se “contra a ingerência do chamado «núcleo duro» nas decisões que dizem respeito aos deputados: «afinal quem manda no PS?». (...) Disse ainda à RTP “lamentar a falta de democraticidade interna e a ausência de coordenação entre as estruturas partidárias”. (A Capital, 2/7/98)

“O PS ainda não se apercebeu da miséria em que ficou na noite do referendo sobre o aborto. Treze dias passados sobre a derrota brutal de 28 de Junho, continua a assobiar para o ar e a fingir que tudo não passou de um mau momento. É patético que a Comissão Política dos socialistas reunida esta semana não tenha dedicado qualquer relevo à análise do que aconteceu”.

“Uma das provas de que o PS acabou foi a maneira como os ínclitos dirigentes da agremiação socialista ultrapassaram o incómodo de terem de pensar um bocadinho: vão, um dia destes, encomendar um estudo a uma universidade”. “Guterres não saiu, nem em algum caso poderia sair, vencedor do referendo sobre o aborto. A sua posição pessoal seria compatível com a vitória do «sim», mas a paralisação e subsequente autofagia de um partido, em nome de um secretário-geral que passou a ser contra a despenalização do aborto depois de 1982, não é honra para nenhum líder.”

“Entre Manuel Alegre e alguns seus «compagnons de route» de um lado, e o chamado «núcleo duro» do outro, há um deserto - uma mole de cidadãos anestesiados, mais ou menos bem instalados no aparelho de Estado, atentos, veneradores e desobrigados de pensar, temendo que uma sua palavra ou acção vá contra o inconstante pensamento do líder quotidianamente legitimado pela única coisa que verdadeiramente o preocupa - os números, não os de Cavaco, mas os das sondagens” (Ana Sá Lopes, Requiem pelo Partido Socialista, Público, 11/7/98).

“Não obstante estarmos numa sociedade gerida pelo Governo Socialista, continuamos a adoptar como uma religião totalizante a filosofia do neocapitalismo opressivo e explorador”

“Aquilo contra o que lutámos depois do 25 de Abril e que lamentávamos antes, quando a comunicação social constituía monopólios dos grandes poderes económicos, está a voltar a acontecer, não tenhamos dúvidas. Um meio de comunicação social nas mãos do poder económico não é livre” (Entrevista a O Diabo de D. Manuel Martins, bispo resignatário de Setúbal, 14/7/98)

“(...) acho que o PS está a ficar cada vez mais parecido com uma confederação de interesses, grupos de pressão, «lobbies», cavalheiros de indústria, caciques locais e senhores feudais - um pouco à imagem e semelhança do PSD”.

“(...) de facto, quer a Igreja Católica quer os grupos económicos parece terem uma influência muito grande em certo tipo de decisões que o PS e o Governo tomam”.

“Neste caso concreto do referendo sobre a despenalização do aborto, penso que a Igreja Católica teve indirectamente um peso fundamental, para mim lamentável, na atitude que o PS acabou por assumir” (Entrevista a O Independente, de Alfredo Barrroso, fundador do PS, 24/7/98)

“Será impressão minha ou estes senhores que a gente elegeu para o Governo porque eles se auto-intitulavam de socialistas ainda estão a conseguir ser mais autocráticos e mais displicentes em relação ao povo trabalhador que governam do que todos os esforços conjugados do Dr. Cavaco, do Engº Ferreira do Amaral e do menino Santana Lopes?”

“A gente nunca devia ter esquecido que (...) também foi um Governo socialista que inventou os contratos a prazo e outras infâmias laborais desse tipo”.

“É que eu, por exemplo, julgava mesmo que tinha votado num partido de camaradas” (Clara Pinto Correia, Crónica Qu’é isto?, DN, 9/8/98).

«O Militante» Nº 236 - Setembro / Outubro - 1998

Algumas caracterizações

do PS

“[os dirigentes socialistas] Estão piores do que nunca nos actos e pensamentos e, ainda por cima, revelam uma arrogância verdadeiramente insuportável, só comparável à exibida pelos cavaquistas de má memória nos períodos áureos das maiorias absolutas e dos oásis de ficção. O PS do diálogo, da tolerância, da transparência, das paixões, do coração, o que levou milhões de portugueses a dar-lhe a vitória em 95, já morreu. Agora, não só o discurso mudou como a prática política é cada vez mais igual à do PSD” - António Ribeiro Ferreira (DN, 1/6/98)

“Bem podem os partidos socialistas e sociais-democratas usar o unguento da solidariedade que nada pode afastá-los da farmacologia dos ultraliberais”.

“Pedir, por exemplo, ao Estado e ao Governo portugueses maior distância do empresariado seria pedir uma tarefa impossível porque é o capital - financeiro ou não - que hoje domina em toda a parte, como se pode ver nos balanços das grandes multinacionais e nos orçamentos num vasto número de estados” - Vitor Cunha Rego (DN, 22/6/98).

“A imaginação e a garra são inimigos da governação, sendo já evidente que os mentores de São Bento têm um objectivo: trabalhar o máximo para mudar o mínimo” - António Ribeiro Ferreira (DN, 28/6/98)

Manuel Alegre considerou “o resultado do referendo como «uma humilhação para o grupo parlamentar» e «uma derrota cultural da esquerda» (...). Nesta altura não se sabe muito bem

se o PS «é um partido liberal, social-democrata ou socialista»”.

Alberto Martins rebelou-se “contra a ingerência do chamado «núcleo duro» nas decisões que dizem respeito aos deputados: «afinal quem manda no PS?». (...) Disse ainda à RTP “lamentar a falta de democraticidade interna e a ausência de coordenação entre as estruturas partidárias”. (A Capital, 2/7/98)

“O PS ainda não se apercebeu da miséria em que ficou na noite do referendo sobre o aborto. Treze dias passados sobre a derrota brutal de 28 de Junho, continua a assobiar para o ar e a fingir que tudo não passou de um mau momento. É patético que a Comissão Política dos socialistas reunida esta semana não tenha dedicado qualquer relevo à análise do que aconteceu”.

“Uma das provas de que o PS acabou foi a maneira como os ínclitos dirigentes da agremiação socialista ultrapassaram o incómodo de terem de pensar um bocadinho: vão, um dia destes, encomendar um estudo a uma universidade”. “Guterres não saiu, nem em algum caso poderia sair, vencedor do referendo sobre o aborto. A sua posição pessoal seria compatível com a vitória do «sim», mas a paralisação e subsequente autofagia de um partido, em nome de um secretário-geral que passou a ser contra a despenalização do aborto depois de 1982, não é honra para nenhum líder.”

“Entre Manuel Alegre e alguns seus «compagnons de route» de um lado, e o chamado «núcleo duro» do outro, há um deserto - uma mole de cidadãos anestesiados, mais ou menos bem instalados no aparelho de Estado, atentos, veneradores e desobrigados de pensar, temendo que uma sua palavra ou acção vá contra o inconstante pensamento do líder quotidianamente legitimado pela única coisa que verdadeiramente o preocupa - os números, não os de Cavaco, mas os das sondagens” (Ana Sá Lopes, Requiem pelo Partido Socialista, Público, 11/7/98).

“Não obstante estarmos numa sociedade gerida pelo Governo Socialista, continuamos a adoptar como uma religião totalizante a filosofia do neocapitalismo opressivo e explorador”

“Aquilo contra o que lutámos depois do 25 de Abril e que lamentávamos antes, quando a comunicação social constituía monopólios dos grandes poderes económicos, está a voltar a acontecer, não tenhamos dúvidas. Um meio de comunicação social nas mãos do poder económico não é livre” (Entrevista a O Diabo de D. Manuel Martins, bispo resignatário de Setúbal, 14/7/98)

“(...) acho que o PS está a ficar cada vez mais parecido com uma confederação de interesses, grupos de pressão, «lobbies», cavalheiros de indústria, caciques locais e senhores feudais - um pouco à imagem e semelhança do PSD”.

“(...) de facto, quer a Igreja Católica quer os grupos económicos parece terem uma influência muito grande em certo tipo de decisões que o PS e o Governo tomam”.

“Neste caso concreto do referendo sobre a despenalização do aborto, penso que a Igreja Católica teve indirectamente um peso fundamental, para mim lamentável, na atitude que o PS acabou por assumir” (Entrevista a O Independente, de Alfredo Barrroso, fundador do PS, 24/7/98)

“Será impressão minha ou estes senhores que a gente elegeu para o Governo porque eles se auto-intitulavam de socialistas ainda estão a conseguir ser mais autocráticos e mais displicentes em relação ao povo trabalhador que governam do que todos os esforços conjugados do Dr. Cavaco, do Engº Ferreira do Amaral e do menino Santana Lopes?”

“A gente nunca devia ter esquecido que (...) também foi um Governo socialista que inventou os contratos a prazo e outras infâmias laborais desse tipo”.

“É que eu, por exemplo, julgava mesmo que tinha votado num partido de camaradas” (Clara Pinto Correia, Crónica Qu’é isto?, DN, 9/8/98).

«O Militante» Nº 236 - Setembro / Outubro - 1998

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