Enervento investe 19,5 milhões de euros em parques eólicos

08-08-2002
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Abrantes e Arouca foram os locais escolhidos para receber as torres

Enervento Investe 19,5 Milhões de Euros em Parques Eólicos

Por JOANA AMORIM

Segunda-feira, 22 de Julho de 2002

A empresa de Ludgero Marques e Vieira de Castro quer chegar a 2003 com uma potência instalada superior a 30 megawatts

A Enervento - Energias Renováveis vai investir, até 2003, cerca de 19,5 milhões de euros em parques eólicos com capacidade de 19,5 megawatts (MW), 15 dos quais em Mação (Abrantes), onde a empresa já possui 11 torres, e os restantes em Alvarenga (Arouca), revelou ao PÚBLICO Vieira de Castro, um dos accionistas de referência da sociedade juntamente com Ludgero Marques.

Além disso, estamos a "desenvolver parceiras com grupos industriais portugueses" com vista a investir em Aguadela (Marão), onde também já temos terrenos, acrescentou o empresário que trabalhou 33 anos na Efacec. O negócio de parques eólicos é de capital intensivo, pois cada MW de capacidade corresponde a um investimento de um milhão de euros, cujo retorno só é alcançado após "sete ou oito anos", justificou.

A Enervento, constituída em 1995, factura actualmente cerca de 1,7 milhões de euros - o equivalente a 150 mil euros por cada MW instalado. A empresa tem uma capacidade de 11,64 MW, nove no Continente e 2,64 na Madeira. Com o investimento em curso, a empresa atingirá uma capacidade de 31,64 MW em 2003. Em termos internacionais, a Enervento já ganhou dois projectos no Brasil, num total de 16,6 MW, mas que estão parados "por causa da desvalorização do real".

De acordo com a revista "Windpower" de Julho, Portugal conta com uma potência instalada de 127 MW - o que representa mais de 300 torres -, que lhe dá o nono lugar no "ranking" europeu de produtores de energia eólica, liderado pela Alemanha, com 9500 MW, seguida pela Espanha, com 3172 MW. A nível mundial, a potência instalada é 25.824 MW, 18.578 dos quais na Europa. O primeiro parque eólico construído em Portugal, o de Sines, remonta a 1992, e conta com 1,80 MW (12 torres).

De acordo com Vieira de Castro "o anterior Governo tinha como grandes objectivos ter 2000 MW em 2010 e 39 por cento em energias renováveis em 2030". Com esse objectivo foi criado um novo tarifário, "mais atractivo, e que fez com que aparecessem candidaturas, na Direcção-Geral de Energia, da ordem dos 7000 mega, o que veio perverter tudo", considerou.

"Se admitirmos que 3000 mega [cerca de 1500 torres] dos 7000 apresentados são verdadeiros e necessários para o país, estaríamos a falar de um investimento de três mil milhões de euros, que não é um número de deitar fora", salienta Vieira de Castro.

Mas o potencial de negócio dos investimentos em energia eólica não se fica por aqui. A maquinaria - que representa 70 por cento do total de um milhão de euros que é preciso investir em cada MW - é toda importada da Dinamarca e da Alemanha, afirma Vieira de Castro que não tem dúvidas que "Portugal pode fornecer 90 por cento da maquinaria, desde que consiga ter licença para transferência de tecnologia". Para isso, "é necessária a vontade do Governo e dos investidores", alerta.

Joana Amorim

Abrantes e Arouca foram os locais escolhidos para receber as torres

Enervento Investe 19,5 Milhões de Euros em Parques Eólicos

Por JOANA AMORIM

Segunda-feira, 22 de Julho de 2002

A empresa de Ludgero Marques e Vieira de Castro quer chegar a 2003 com uma potência instalada superior a 30 megawatts

A Enervento - Energias Renováveis vai investir, até 2003, cerca de 19,5 milhões de euros em parques eólicos com capacidade de 19,5 megawatts (MW), 15 dos quais em Mação (Abrantes), onde a empresa já possui 11 torres, e os restantes em Alvarenga (Arouca), revelou ao PÚBLICO Vieira de Castro, um dos accionistas de referência da sociedade juntamente com Ludgero Marques.

Além disso, estamos a "desenvolver parceiras com grupos industriais portugueses" com vista a investir em Aguadela (Marão), onde também já temos terrenos, acrescentou o empresário que trabalhou 33 anos na Efacec. O negócio de parques eólicos é de capital intensivo, pois cada MW de capacidade corresponde a um investimento de um milhão de euros, cujo retorno só é alcançado após "sete ou oito anos", justificou.

A Enervento, constituída em 1995, factura actualmente cerca de 1,7 milhões de euros - o equivalente a 150 mil euros por cada MW instalado. A empresa tem uma capacidade de 11,64 MW, nove no Continente e 2,64 na Madeira. Com o investimento em curso, a empresa atingirá uma capacidade de 31,64 MW em 2003. Em termos internacionais, a Enervento já ganhou dois projectos no Brasil, num total de 16,6 MW, mas que estão parados "por causa da desvalorização do real".

De acordo com a revista "Windpower" de Julho, Portugal conta com uma potência instalada de 127 MW - o que representa mais de 300 torres -, que lhe dá o nono lugar no "ranking" europeu de produtores de energia eólica, liderado pela Alemanha, com 9500 MW, seguida pela Espanha, com 3172 MW. A nível mundial, a potência instalada é 25.824 MW, 18.578 dos quais na Europa. O primeiro parque eólico construído em Portugal, o de Sines, remonta a 1992, e conta com 1,80 MW (12 torres).

De acordo com Vieira de Castro "o anterior Governo tinha como grandes objectivos ter 2000 MW em 2010 e 39 por cento em energias renováveis em 2030". Com esse objectivo foi criado um novo tarifário, "mais atractivo, e que fez com que aparecessem candidaturas, na Direcção-Geral de Energia, da ordem dos 7000 mega, o que veio perverter tudo", considerou.

"Se admitirmos que 3000 mega [cerca de 1500 torres] dos 7000 apresentados são verdadeiros e necessários para o país, estaríamos a falar de um investimento de três mil milhões de euros, que não é um número de deitar fora", salienta Vieira de Castro.

Mas o potencial de negócio dos investimentos em energia eólica não se fica por aqui. A maquinaria - que representa 70 por cento do total de um milhão de euros que é preciso investir em cada MW - é toda importada da Dinamarca e da Alemanha, afirma Vieira de Castro que não tem dúvidas que "Portugal pode fornecer 90 por cento da maquinaria, desde que consiga ter licença para transferência de tecnologia". Para isso, "é necessária a vontade do Governo e dos investidores", alerta.

Joana Amorim

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