Direcção do PS Reorganiza-se
Por JOÃO PEDRO HENRIQUES
Quinta-feira, 29 de Maio de 2003 Paulo Pedroso foi preso preventivamente há cerca de uma semana, mas isso não implicou - nem tão cedo irá implicar - a sua substituição nos órgãos nacionais do PS que integrava (secretariado nacional e, por inerência deste, comissão política e comissão nacional). O que acontecerá, e já está decidido, é que as funções que Pedroso detinha no secretariado (o núcleo mais restrito de decisão no partido) serão redistribuídas. Até ser preso Paulo Pedroso era o porta-voz da direcção nacional do partido, pelouro que acumulava com a importante pasta da organização interna (vulgo: controlo do "aparelho" do partido). Por outras palavras: Pedroso era o número dois do partido - o braço direito de Ferro Rodrigues. Ao que o PÚBLICO apurou, estas responsabilidades como titular do pelouro da organização foram transferidas para Vieira da Silva, que vai acumular com as funções que já detinha ("assuntos políticos", ou seja, acompanhamento dos temas na berlinda mediática e preparação de respostas). É uma solução natural. Se Paulo Pedroso era o braço direito de Ferro Rodrigues, Vieira da Silva, de 50 anos, era o braço esquerdo. Há muito que este deputado acompanha Ferro, de quem é amigo pessoal desde a universidade. Acompanhou-o como secretário de Estado do princípio ao fim dos governos de Guterres, quer no Ministério da Solidariedade Social quer no das Obras Públicas. No último congresso do PS, o seu nome chegou a ser referido para o pelouro que agora vai ocupar por causa da prisão de Pedroso. Suscitou, no entanto, várias reservas, dada o seu desconhecimento do aparelho do partido. Agora o mesmo deverá acontecer - mas em surdina, dado o estado "traumático" do partido com os últimos acontecimentos. Vieira da Silva arrecadou as responsabilidades de Pedroso enquanto "administrador" do aparelho do PS, mas o mesmo já não acontecerá enquanto porta-voz. A função deixará de ter um único titular - solução, aliás, que já vinha a ser ensaiada de há umas semanas para cá, pelo menos desde que a cúpula do partido percebeu que Pedroso (e o próprio Ferro) poderiam ser envolvidos no escândalo da Casa Pia. Doravante, os porta-vozes irão rodando em função dos temas em causa. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Artigo
Pedroso suspende hoje o mandato de deputado
António Costa tentou evitar ida de juiz ao Parlamento
Direcção do PS reorganiza-se
Não vai ser repetido julgamento
Advogados de Ritto e Pedroso pediram informações ao juiz
Herman diz que vai dizer a verdade e só a verdade
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Direcção do PS Reorganiza-se
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Quinta-feira, 29 de Maio de 2003 Paulo Pedroso foi preso preventivamente há cerca de uma semana, mas isso não implicou - nem tão cedo irá implicar - a sua substituição nos órgãos nacionais do PS que integrava (secretariado nacional e, por inerência deste, comissão política e comissão nacional). O que acontecerá, e já está decidido, é que as funções que Pedroso detinha no secretariado (o núcleo mais restrito de decisão no partido) serão redistribuídas. Até ser preso Paulo Pedroso era o porta-voz da direcção nacional do partido, pelouro que acumulava com a importante pasta da organização interna (vulgo: controlo do "aparelho" do partido). Por outras palavras: Pedroso era o número dois do partido - o braço direito de Ferro Rodrigues. Ao que o PÚBLICO apurou, estas responsabilidades como titular do pelouro da organização foram transferidas para Vieira da Silva, que vai acumular com as funções que já detinha ("assuntos políticos", ou seja, acompanhamento dos temas na berlinda mediática e preparação de respostas). É uma solução natural. Se Paulo Pedroso era o braço direito de Ferro Rodrigues, Vieira da Silva, de 50 anos, era o braço esquerdo. Há muito que este deputado acompanha Ferro, de quem é amigo pessoal desde a universidade. Acompanhou-o como secretário de Estado do princípio ao fim dos governos de Guterres, quer no Ministério da Solidariedade Social quer no das Obras Públicas. No último congresso do PS, o seu nome chegou a ser referido para o pelouro que agora vai ocupar por causa da prisão de Pedroso. Suscitou, no entanto, várias reservas, dada o seu desconhecimento do aparelho do partido. Agora o mesmo deverá acontecer - mas em surdina, dado o estado "traumático" do partido com os últimos acontecimentos. Vieira da Silva arrecadou as responsabilidades de Pedroso enquanto "administrador" do aparelho do PS, mas o mesmo já não acontecerá enquanto porta-voz. A função deixará de ter um único titular - solução, aliás, que já vinha a ser ensaiada de há umas semanas para cá, pelo menos desde que a cúpula do partido percebeu que Pedroso (e o próprio Ferro) poderiam ser envolvidos no escândalo da Casa Pia. Doravante, os porta-vozes irão rodando em função dos temas em causa. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Artigo
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