EXPRESSO Online

15-05-2004
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O PSD, Sampaio e o 25 de Abril Alterar tamanho As comemorações dos 30 anos do 25 de Abril ficaram marcadas pelas atitudes do PSD e pelo discurso de Jorge Sampaio. O PSD é um dos pais fundadores da democracia portuguesa. Muitos dos seus militantes estiveram na primeira linha do combate ao anterior regime. As comemorações dos 30 anos do 25 de Abril ficaram marcadas pelas atitudes do PSD e pelo discurso de Jorge Sampaio. O PSD é um dos pais fundadores da democracia portuguesa. Muitos dos seus militantes estiveram na primeira linha do combate ao anterior regime. A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. 26 Abril 2004 66

O PSD, Sampaio e o 25 de Abril Alterar tamanho As comemorações dos 30 anos do 25 de Abril ficaram marcadas pelas atitudes do PSD e pelo discurso de Jorge Sampaio. O PSD é um dos pais fundadores da democracia portuguesa. Muitos dos seus militantes estiveram na primeira linha do combate ao anterior regime. As comemorações dos 30 anos do 25 de Abril ficaram marcadas pelas atitudes do PSD e pelo discurso de Jorge Sampaio. O PSD é um dos pais fundadores da democracia portuguesa. Muitos dos seus militantes estiveram na primeira linha do combate ao anterior regime. A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. 26 Abril 2004 66

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