EXPRESSO Online

18-06-2004
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O PSD, Sampaio e o 25 de Abril As comemorações dos 30 anos do 25 de Abril ficaram marcadas pelas atitudes do PSD e pelo discurso de Jorge Sampaio. O PSD é um dos pais fundadores da democracia portuguesa. Muitos dos seus militantes estiveram na primeira linha do combate ao anterior regime. A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. 26 Abril 2004

O PSD, Sampaio e o 25 de Abril As comemorações dos 30 anos do 25 de Abril ficaram marcadas pelas atitudes do PSD e pelo discurso de Jorge Sampaio. O PSD é um dos pais fundadores da democracia portuguesa. Muitos dos seus militantes estiveram na primeira linha do combate ao anterior regime. A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... A sua matriz ideológica é incontestavelmente democrática. Mas este ano, o PSD resolveu comprar uma querela irritante, a propósito dos 30 anos do 25 de Abril. Evolução, diz o PSD. Revolução, diz a esquerda, que pintou erres em quantos cartazes encontrou. Revolução primeiro, evolução depois, como explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Mas, como diria o Diácono Remédios, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... Não contente com esta questão lateral, o PSD resolveu menorizar as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. O PCP fez-se ouvir através do seu líder, Bernardino Soares. O PP/CDS através de Anacoreta Correia, um deputado prestigiado e respeitado, com provas dadas, director geral na União Europeia durante vários anos. A voz do PS foi Manuel Alegre, o poeta da resistência ao antigo regime, um socialista sempre na margem esquerda do seu partido, uma referência para os socialistas e para todos os que combateram a ditadura. E o PSD, o que fez? Foi buscar um obscuro parlamentar, Victor Cruz de seu nome (alguém conhece? destacou-se em que área? que intervenções políticas fez antes deste discurso?) para dizer de sua justiça sobre os 30 anos de Abril. Lamentável. Outra vez: sinceramente, não havia necessidade... No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. No hemiciclo, o discurso mais aguardado era o de Jorge Sampaio. E o Presidente da República não desiludiu. Sampaio encontrou o tom certo para as suas intervenções. E se Mário Soares se destacou pelas presidências abertas, Sampaio está a marcar o seu segundo mandato por intervenções em vários domínios, onde os seus alertas e chamadas de atenção estão em consonância com os grandes problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. O Presidente reafirmou a sua ideia de que há mais vida para além do défice. Ou, por outras palavras, que uma estratégia que aposta na contenção do défice e reza para que a retoma europeia chegue depressa, não é obviamente uma estratégia. Colocou-se depois em oposição aos que defendem que a contenção orçamental não teve qualquer efeito no agravar da crise, ao sustentar que, para além da conjuntura internacional e das dificuldades internas, também os cortes no investimento público e a má gestão das expectativas dos agentes económicos serviram para aprofundar essa mesma crise. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. Mas disse também que, mais do que ficarmos a tentar descobrir quem são os culpados, devemos olhar para o futuro e encontrar os caminhos certos para colocar Portugal no patamar a que todos aspiramos. Esperemos que as pedagógicas palavras do Presidente não caiam em saco roto. E se cada um de nós fizer o melhor nas suas áreas de actividade, com liderança, ambição, inovação e dedicação, o país acabará inevitavelmente por ser melhor dentro de poucos anos. 26 Abril 2004

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