PSD e Governo reforçam apoio a Victor Cruz

09-12-2003
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PSD e Governo Reforçam Apoio a Victor Cruz

Por HELENA PEREIRA

Domingo, 30 de Novembro de 2003

O PSD nacional está confiante em que Victor Cruz será o próximo presidente do Governo Regional dos Açores e garante todo o empenho na campanha eleitoral, que tem um forte arranque hoje no encerramento do XIV congresso do PSD-Açores, em Ponta Delgada, com a presença do líder dos sociais-democratas e primeiro-ministro, Durão Barroso. Victor Cruz, por seu lado, sai mandatado deste congresso para negociar uma aliança pré-eleitoral com o CDS-PP.

José Luís Arnaut, secretário-geral do PSD, que esteve presente na abertura dos trabalhos, salientou ao PÚBLICO que a sua presença e de outros destacados militantes como o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, o presidente da mesa do congresso do PSD, Dias Loureiro, e do secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas, representa "um sinal claro e inequívoco de apoio a este projecto de mudança de Victor Cruz" e "também um sinal da nossa muita confiança em que os Açores vão aproveitar esta oportunidade para mudar".

O secretário-geral dos sociais-democratas e ministro-adjunto do primeiro-ministro elogia a "grande consonância" da AD regional com a estratégia nacional do PSD e promete "total empenho" do partido. Arnaut diz que não pode dar por garantida a vitória, mas salienta o "optimismo e determinação" de todos.

Victor Cruz afirmou ontem aos jornalistas que os sociais-democratas estão "muito convictos na vitória". Sobre a aliança com o CDS-PP, afirmou: "Eu conheço o PSD e sei que não seria problemático". O líder do PSD-Açores congratulou-se ainda com a proposta de revisão constitucional comum do PSD e do CDS, afirmando que o reforço das autonomias está na "primeira linha das preocupações".

Os sociais-democratas salientam que Victor Cruz faz parte da nova geração, a que pertence o primeiro-ministro, Durão Barroso, e que a credibilidade do líder partidário regional no arquipélago é um dos trunfos. Antes disso, o próximo desafio do PSD são as eleições europeias, em Junho de 2004, que vão funcionar como teste à governação dos sociais-democratas. Será a primeira vez que o PSD enfrentará os votos depois das legislativas de 2002 e os partidos da oposição irão aproveitar o momento para pôr à prova as políticas sectoriais do Governo.

Costa Neves, ex-líder do PSD-Açores, que tentou uma aliança parlamentar com o CDS para derrotar Carlos César, e que é actualmente o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, deu ontem também um forte impulso à estratégia da AD regional. Dando o seu próprio testemunho, uma vez que faz parte do governo de coligação, Costa Neves garantiu que "esta coligação funciona" e que não se sentem diferenças entre quem é do PSD, do CDS e independentes. Mas deu um conselho: para que funcione tem que haver um "acordo pré-nupcial muito claro antes do casamento" em que fiquem expressas as "ideias-chave de uns e dos outros".

"Tem que haver confiança", realçou o antigo líder do PSD-Açores, acrescentando: "Temos provado ao longo do tempo que ela pode existir. A revisão constitucional é prova dessa aliança". Para Costa Neves, cada partido tem que evitar "dúvidas e oportunismos".

Em nome do Governo, Costa Neves afirmou que este "sempre distinguiu os açorianos do Governo Regional do PS". "O dr. Durão Barroso tem mostrado sempre o seu empenho para conseguir os impossíveis na União Europeia", afirmou.

Natalino sente "no ar um cheiro a vitória"

H.P.

Américo Natalino Viveiros, o número dois dos governos de Mota Amaral, disse ontem ao PÚBLICO admitir que "haja muitos militantes que se torçam" com a aliança PSD-CDS nos Açores, mas que, "apesar de haver algumas feridas do passado recente, têm que sarar rapidamente em benefício de um projecto mobilizador". Essa tarefa, acrescentou, cabe à direcção regional do partido, que tem que explicar o seu projecto aos militantes e trazê-los para o seu lado. "Eu era uma das pessoas que mais razões tinha para fazer oposição a esta aliança. Fui sempre o alvo preferido do CDS-PP", afirmou o histórico dirigente do PSD-Açores, considerando, no entanto, que a coligação vai dar "vantagem" à direita, dadas as distorções do sistema eleitoral do arquipélago. "Já conheço o PSD há muitos anos e há aqui no ar um cheiro a vitória", garantiu, desvalorizando, por isso, o pouco entusiasmo que se sentiu na sala do congresso quando Victor Cruz revelou claramente a sua estratégia de aliança com o CDS [liderado por antigos militantes do PSD].

Segundo Natalino Viveiros, "a forma como o PSD apresenta a sua moção de estratégia e os pressupostos que encerra para encetar uma negociação com o CDS-PP são de modo a garantir, por um lado, que o PSD não perca a sua identidade e, por outro, consiga com maior probabilidade vencer as eleições de 2004". O ex-presidente do Governo Regional dos Açores, Mota Amaral, por seu lado, referiu aos congressistas que a aliança com o CDS é uma opção "inteligente". Os trabalhos decorreram com grandes críticas ao Governo Regional do socialista Carlos César, e apoios à única moção apresentada ao XIV congresso do PSD, a de Victor Cruz. A oposição interna à estratégia da AD foi escassa. A única pessoa a dar a cara, ou seja a discursar no palanque contra o CDS-PP, foi o histórico Jorge Nascimento Cabral, que falou aos congressistas logo no primeiro dia do congresso, anteontem à noite. Nessa altura, afirmou que o PSD nunca precisou de "bengalas", que "este não é o momento oportuno para uma aliança", que o CDS é um partido "oportunista" que "ainda não mostrou o que vale". "As suas reuniões magnas não passam de esmirrados encontros de fins-de-semana ou de festinhas de Natal onde se premeia a angariação de novos militantes com electrodomésticos ou aparelhagens de som", disse. Contudo, terminou o discurso a dar o seu apoio a Cruz, "nem que, para isso, tenha de engolir a torre da Matriz aos bocadinhos". Ontem, reafirmou ao PÚBLICO que a aliança é "contra-natura" e "desnecessária".

PSD e Governo Reforçam Apoio a Victor Cruz

Por HELENA PEREIRA

Domingo, 30 de Novembro de 2003

O PSD nacional está confiante em que Victor Cruz será o próximo presidente do Governo Regional dos Açores e garante todo o empenho na campanha eleitoral, que tem um forte arranque hoje no encerramento do XIV congresso do PSD-Açores, em Ponta Delgada, com a presença do líder dos sociais-democratas e primeiro-ministro, Durão Barroso. Victor Cruz, por seu lado, sai mandatado deste congresso para negociar uma aliança pré-eleitoral com o CDS-PP.

José Luís Arnaut, secretário-geral do PSD, que esteve presente na abertura dos trabalhos, salientou ao PÚBLICO que a sua presença e de outros destacados militantes como o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, o presidente da mesa do congresso do PSD, Dias Loureiro, e do secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas, representa "um sinal claro e inequívoco de apoio a este projecto de mudança de Victor Cruz" e "também um sinal da nossa muita confiança em que os Açores vão aproveitar esta oportunidade para mudar".

O secretário-geral dos sociais-democratas e ministro-adjunto do primeiro-ministro elogia a "grande consonância" da AD regional com a estratégia nacional do PSD e promete "total empenho" do partido. Arnaut diz que não pode dar por garantida a vitória, mas salienta o "optimismo e determinação" de todos.

Victor Cruz afirmou ontem aos jornalistas que os sociais-democratas estão "muito convictos na vitória". Sobre a aliança com o CDS-PP, afirmou: "Eu conheço o PSD e sei que não seria problemático". O líder do PSD-Açores congratulou-se ainda com a proposta de revisão constitucional comum do PSD e do CDS, afirmando que o reforço das autonomias está na "primeira linha das preocupações".

Os sociais-democratas salientam que Victor Cruz faz parte da nova geração, a que pertence o primeiro-ministro, Durão Barroso, e que a credibilidade do líder partidário regional no arquipélago é um dos trunfos. Antes disso, o próximo desafio do PSD são as eleições europeias, em Junho de 2004, que vão funcionar como teste à governação dos sociais-democratas. Será a primeira vez que o PSD enfrentará os votos depois das legislativas de 2002 e os partidos da oposição irão aproveitar o momento para pôr à prova as políticas sectoriais do Governo.

Costa Neves, ex-líder do PSD-Açores, que tentou uma aliança parlamentar com o CDS para derrotar Carlos César, e que é actualmente o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, deu ontem também um forte impulso à estratégia da AD regional. Dando o seu próprio testemunho, uma vez que faz parte do governo de coligação, Costa Neves garantiu que "esta coligação funciona" e que não se sentem diferenças entre quem é do PSD, do CDS e independentes. Mas deu um conselho: para que funcione tem que haver um "acordo pré-nupcial muito claro antes do casamento" em que fiquem expressas as "ideias-chave de uns e dos outros".

"Tem que haver confiança", realçou o antigo líder do PSD-Açores, acrescentando: "Temos provado ao longo do tempo que ela pode existir. A revisão constitucional é prova dessa aliança". Para Costa Neves, cada partido tem que evitar "dúvidas e oportunismos".

Em nome do Governo, Costa Neves afirmou que este "sempre distinguiu os açorianos do Governo Regional do PS". "O dr. Durão Barroso tem mostrado sempre o seu empenho para conseguir os impossíveis na União Europeia", afirmou.

Natalino sente "no ar um cheiro a vitória"

H.P.

Américo Natalino Viveiros, o número dois dos governos de Mota Amaral, disse ontem ao PÚBLICO admitir que "haja muitos militantes que se torçam" com a aliança PSD-CDS nos Açores, mas que, "apesar de haver algumas feridas do passado recente, têm que sarar rapidamente em benefício de um projecto mobilizador". Essa tarefa, acrescentou, cabe à direcção regional do partido, que tem que explicar o seu projecto aos militantes e trazê-los para o seu lado. "Eu era uma das pessoas que mais razões tinha para fazer oposição a esta aliança. Fui sempre o alvo preferido do CDS-PP", afirmou o histórico dirigente do PSD-Açores, considerando, no entanto, que a coligação vai dar "vantagem" à direita, dadas as distorções do sistema eleitoral do arquipélago. "Já conheço o PSD há muitos anos e há aqui no ar um cheiro a vitória", garantiu, desvalorizando, por isso, o pouco entusiasmo que se sentiu na sala do congresso quando Victor Cruz revelou claramente a sua estratégia de aliança com o CDS [liderado por antigos militantes do PSD].

Segundo Natalino Viveiros, "a forma como o PSD apresenta a sua moção de estratégia e os pressupostos que encerra para encetar uma negociação com o CDS-PP são de modo a garantir, por um lado, que o PSD não perca a sua identidade e, por outro, consiga com maior probabilidade vencer as eleições de 2004". O ex-presidente do Governo Regional dos Açores, Mota Amaral, por seu lado, referiu aos congressistas que a aliança com o CDS é uma opção "inteligente". Os trabalhos decorreram com grandes críticas ao Governo Regional do socialista Carlos César, e apoios à única moção apresentada ao XIV congresso do PSD, a de Victor Cruz. A oposição interna à estratégia da AD foi escassa. A única pessoa a dar a cara, ou seja a discursar no palanque contra o CDS-PP, foi o histórico Jorge Nascimento Cabral, que falou aos congressistas logo no primeiro dia do congresso, anteontem à noite. Nessa altura, afirmou que o PSD nunca precisou de "bengalas", que "este não é o momento oportuno para uma aliança", que o CDS é um partido "oportunista" que "ainda não mostrou o que vale". "As suas reuniões magnas não passam de esmirrados encontros de fins-de-semana ou de festinhas de Natal onde se premeia a angariação de novos militantes com electrodomésticos ou aparelhagens de som", disse. Contudo, terminou o discurso a dar o seu apoio a Cruz, "nem que, para isso, tenha de engolir a torre da Matriz aos bocadinhos". Ontem, reafirmou ao PÚBLICO que a aliança é "contra-natura" e "desnecessária".

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