EXPRESSO: Vidas

22-08-2002
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27/7/2002

GENTE

Subtil — Só de apelido, o barricado mais famoso de Portugal voltou a fazer das suas. Na segunda-feira, dia da tomada de posse da nova administração da RTP, presidida por Almerindo Marques, Manuel Subtil, perante a impossibilidade de voltar a fechar-se nos mictórios da televisão estatal, decidiu acorrentar-se ao próprio automóvel. Dada a falta de reacção do veículo, o empresário acabou por deixar a Rua 5 de Outubro sem estragos.

Tradição — Cumprida pela Associação dos Jornalistas Parlamentares, ao atribuir os prémios anuais, no final da sessão legislativa. GENTE passa a anunciar: «Deputado do Ano» para Francisco Louçã, prémio «Revelação» para Mota Amaral e prémio «Decepção» para Ferro Rodrigues. Já a «Frase do Ano» foi, há poucas semanas, proferida pelo presidente da Assembleia, Mota Amaral, depois de ter suspendidoa sessão por causa de incidentes nas galerias: «Art.º 69..., curioso número este...». Além dos prémios, a Associação revela também as suas sempre esperadas «Menções Honrosas»... São oito, das quais GENTE escolhe três: «Quem tem ética... passa fome» para Maria Elisa Domingues; «Líder parlamentar do PSD» para Marques Mendes, ministro dos Assuntos Parlamentares; e «Como eu gostava de ser o Paulo Portas» para Telmo Correia, líder parlamentar do CDS.

Turista — Espacial vai ser Lance Bass, um dos membros do grupo pop N’Sync. O cantor norte-americano, de 23 anos, deverá viajar até à estação espacial internacional em Outubro, pela módica quantia de 20 milhões de euros. No quadro restrito de turistas em órbita, Lance sucede ao norte-americano Dennis Tito e ao sul-africano Mark Shuttleworth.

Tratamento — Anunciado por Pamela Anderson para combater a hepatite C de que padece. Nesse sentido, a estrela da série televisiva Marés Vivas, de 35 anos, disse, no programa de Larry King, na CNN, que se vai retirar durante um ano. Pamela afirma que a hepatite foi transmitida através de uma agulha de tatuagem que partilhou com o seu ex-marido, o baterista Tommy Lee.

Collina na moda Coordenação de César Avó

SCHIAVELLA-PARADISI / ANSA / EPA Depois da publicidade televisiva - que lhe valeu doses de polémica q.b. - Pierluigi Collina, conhecido como o melhor árbitro do mundo, saiu, mais uma vez, das quatro linhas. Com um «look» nunca antes visto, desceu as escadas da Praça de Espanha, em Roma, acompanhando, a par e passo, o «glamour» de Naomi Campbell, Laetitia Casta ou Eva Herzigova. É verdade: Collina desfilou escadaria abaixo com um fato escuro, último modelo da colecção de Laura Biagiotti. Depois da publicidade televisiva - que lhe valeu doses de polémica q.b. -, conhecido como o melhor árbitro do mundo, saiu, mais uma vez, das quatro linhas. Com um «look» nunca antes visto, desceu as escadas da Praça de Espanha, em Roma, acompanhando, a par e passo, o «glamour» deou. É verdade: Collina desfilou escadaria abaixo com um fato escuro, último modelo da colecção de Confiante e, dizem os entendidos, com um à-vontade surpreendente para um novato nestas lides, o juiz comentou, perante a insegurança das modelos - que desciam, titubeantes, com os saltos altos - que «mais vale um erro nas escadas do que no campo». É caso para dizer que Collina desceu os degraus romanos, mas subiu na escala mediática - arbitrou a final do campeonato do mundo, foi eleito o árbitro mais «sexy» e aterrou, de uma assentada, no mundo da moda.

Motorista à borla PAULO NOVAIS / LUSA Com o défice de 2001 a ultrapassar os 4% do PIB, Manuela Ferreira Leite tem mesmo de cortar nas despesas. E GENTE pode garantir que a ministra está de facto a fazê-lo no seu Ministério das Finanças. Que o diga o Grupo Parlamentar do PSD. Ainda na semana passada, lá vinha do «Diário da República» o despacho da governante requisitando um motorista à bancada laranja. Tudo normal, não fosse a originalidade de, no mesmo despacho, a ministra acrescentar que o vencimento base do dito motorista continuará a ser pago... pelo Grupo Parlamentar social-democrata. Mais acrescenta o curioso documento que tudo isto é feito com a anuência do Grupo Parlamentar. É caso para dizer que, se o líder da bancada fosse outro madeirense que não Guilherme Silva, a coisa não ficava assim. Com o défice de 2001 a ultrapassar os 4% do PIB,tem mesmo de cortar nas despesas. E GENTE pode garantir que a ministra está de facto a fazê-lo no seu Ministério das Finanças. Que o diga o Grupo Parlamentar do PSD. Ainda na semana passada, lá vinha do «Diário da República» o despacho da governante requisitando um motorista à bancada laranja. Tudo normal, não fosse a originalidade de, no mesmo despacho, a ministra acrescentar que o vencimento base do dito motorista continuará a ser pago... pelo Grupo Parlamentar social-democrata. Mais acrescenta o curioso documento que tudo isto é feito com a anuência do Grupo Parlamentar. É caso para dizer que, se o líder da bancada fosse outro madeirense que não, a coisa não ficava assim.

O «charme» do Porto RUI DUARTE SILVA Miguel Veiga, o advogado com mais «charme» do Porto, acaba de lançar um livro que reúne os seus escritos dispersos e ainda imagens de lugares e quadros que o marcaram. Na cerimónia de apresentação, Vasco Graça Moura - que foi seu companheiro de andanças políticas e forenses - falou da «arte de viver» de Miguel Veiga. E, de facto, além do charme, ele transmite essa impressão rara de viver com arte. , o advogado com mais «charme» do Porto, acaba de lançar um livro que reúne os seus escritos dispersos e ainda imagens de lugares e quadros que o marcaram. Na cerimónia de apresentação,- que foi seu companheiro de andanças políticas e forenses - falou dade Miguel Veiga. E, de facto, além do charme, ele transmite essa impressão rara de viver com arte.

Minogue de cera ANDY BUTTERTON / EPA Figuras e figurinhas de cera há muitas. Mas não há memória de pose tão ousada como a de Kylie Minogue, exposta no museu de cera Madame Tussauds, em Londres. Quem assiste aos seus concertos sabe que esta é uma reprodução fiel dos seus gestos insinuantes, para dizer o mínimo. A figura tem a particularidade de emitir respirações sugestivas e de sussurrar aos visitantes. Em 12 anos, trata-se do terceiro modelo representativo de Kylie instalado no museu. A ex-actriz de novelas nos anos 80, ascendeu e caiu como estrela pop. Mais tarde, reciclou a imagem após uma incursão na música dita alternativa, com o seu compatriota australiano Nick Cave ou o grupo Manic Street Preachers. E agora voltou ao território natural, facto reconhecido este ano com dois Brit Awards. Figuras e figurinhas de cera há muitas. Mas não há memória de pose tão ousada como a de, exposta no museu de cera Madame Tussauds, em Londres. Quem assiste aos seus concertos sabe que esta é uma reprodução fiel dos seus gestos insinuantes, para dizer o mínimo. A figura tem a particularidade de emitir respirações sugestivas e de sussurrar aos visitantes. Em 12 anos, trata-se do terceiro modelo representativo de Kylie instalado no museu. A ex-actriz de novelas nos anos 80, ascendeu e caiu como estrela pop. Mais tarde, reciclou a imagem após uma incursão na música dita alternativa, com o seu compatriota australianoou o grupo Manic Street Preachers. E agora voltou ao território natural, facto reconhecido este ano com dois Brit Awards.

Recuamos juntos IZVESTIA PHOTOAGENCY / AP O cenário é o de uma Rússia fora do tempo, onde os clones de Estaline e Kruschov têm uma relação sexual. Quem o imaginou foi o escritor russo Vladimir Sorokin, num romance de 1999. O que ele não calculou foi o alcance da sua bizarra imaginação: acusações de promover a pornografia, bem servidas com uma manifestação condenatória do livro. O caso promete trazer de novo a questão da liberdade de expressão na Rússia democrática de Putin. No Kremlin, as autoridades parecem daí lavar as suas mãos, enquanto o debate se incendeia. O procurador público de Moscovo, Mikhail Avdyukov, captou a complexidade do caso: «Para decidir a abertura de um processo, as autoridades não se podem guiar por gostos individuais». Porém, para ele, o problema parece ser mais complicado: «Os peritos chegaram à conclusão de que os leitores do romance de Sorokin estavam certos ao interpretarem certas passagens como elementos de pornografia». Entretanto, uma organização de jovens chamada Avançamos Juntos promoveu uma versão «soft» da «noite das facas longas», ao desfazer-se publicamente dos livros de Sorokin e de outros autores ditos nocivos, como Karl Marx, em troca dos «bons livros», leia-se, alguns clássicos russos. O escritor, que pode vir a enfrentar uma pena de prisão enquanto o seu livro galga os «tops» de vendas, recebeu a solidariedade do ministro da Cultura. O cenário é o de uma Rússia fora do tempo, onde os clones detêm uma relação sexual. Quem o imaginou foi o escritor russo, num romance de 1999. O que ele não calculou foi o alcance da sua bizarra imaginação: acusações de promover a pornografia, bem servidas com uma manifestação condenatória do livro. O caso promete trazer de novo a questão da liberdade de expressão na Rússia democrática de. No Kremlin, as autoridades parecem daí lavar as suas mãos, enquanto o debate se incendeia. O procurador público de Moscovo,, captou a complexidade do caso: «Para decidir a abertura de um processo, as autoridades não se podem guiar por gostos individuais». Porém, para ele, o problema parece ser mais complicado: «Os peritos chegaram à conclusão de que os leitores do romance de Sorokin estavam certos ao interpretarem certas passagens como elementos de pornografia». Entretanto, uma organização de jovens chamada Avançamos Juntos promoveu uma versão «soft» da «noite das facas longas», ao desfazer-se publicamente dos livros de Sorokin e de outros autores ditos nocivos, como, em troca dos «bons livros», leia-se, alguns clássicos russos. O escritor, que pode vir a enfrentar uma pena de prisão enquanto o seu livro galga os «tops» de vendas, recebeu a solidariedade do ministro da Cultura.

A Bussaco ainda existe! Há uns meses, nesta secção, referimo-nos à «saudosa» laranjada Bussaco. Afinal, o «saudosa» estava a mais. A Bussaco acaba de nos informar que os refrigerantes ainda existem - com o aspecto actualizado que a imagem mostra - e até foram premiados internacionalmente. Só que, como a empresa reconhece, «não consegue cobrir todo o mercado nacional derivado à alta concorrência portuguesa e estrangeira». Fazemos sinceros votos para que resista à globalização! Há uns meses, nesta secção, referimo-nos àlaranjada Bussaco. Afinal, oestava a mais. A Bussaco acaba de nos informar que os refrigerantes ainda existem - com o aspecto actualizado que a imagem mostra - e até foram premiados internacionalmente. Só que, como a empresa reconhece,. Fazemos sinceros votos para que resista à globalização!

Campos provisórios É o nome da exposição de fotografia resultante da visita de Jorge Simão aos campos de refugiados da Frente Polisário, no Norte de África. Na inauguração, na Galeria do Braço de Prata, esteve Mota Amaral, à esquerda do repórter fotográfico do EXPRESSO. É o nome da exposição de fotografia resultante da visita deaos campos de refugiados da Frente Polisário, no Norte de África. Na inauguração, na Galeria do Braço de Prata, esteve, à esquerda do repórter fotográfico do EXPRESSO.

Um adeus índio Os brasileiros recordam-se dele pelo semblante que apresentava, duro, típico de um lutador. Mário Juruna conseguiu ser o primeiro índio eleito deputado federal na história do Brasil. Era conhecido pelo activismo e por ser inflexível na defesa da sua dama: levava sempre consigo um gravador «para registar tudo o que o branco diz». Durante a sua campanha eleitoral, jurou que não iria de fato e gravata para o Congresso e que nem sequer falaria português. Mas, é claro, deu o braço a torcer, pelo menos no que diz respeito a esta parte do protocolo. Talvez por isso fosse um dos grandes protagonistas do anedotário brasileiro. Morreu aos 58 anos e o seu velório, realizado em Brasília no dia 18, foi pródigo em novas contestações. Juruna exerceu mandato em Brasília entre 1982 e 1986, pelo Partido Democrático Trabalhista, liderado por Leonel Brizola. Mas já era conhecido por pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) na década de 70, ao arrepio da indiferença do regime militar pelas condições de vida do seu povo. Nasceu em 1942, em Couto de Magalhães, no Estado do Mato Grosso. Estudou numa missão religiosa e teve uma vida sinuosa: trabalhou em fazendas, viajou pelo país, à boleia, chegou a passar fome e a vaguear sem poiso certo. Como se não bastasse, quando decidiu regressar à aldeia de origem não foi bem aceite. Rumou, então, a Brasília. Juruna criou, já no Congresso, a Comissão Permanente do Índio, o que significou um reconhecimento formal inédito dos territórios indígenas no país. Findo o mandato de deputado, foi definitivamente expulso pela tribo. Morreu triste, com uma pensão de três mil reais (cerca de 1036 euros), numa pequena casa em Guará I, cidade-satélite da capital. Tinha a seu sustento 15 pessoas, entre filhos e netos, que partilhavam o mesmo tecto. Sem glória, mas com a consciência tranquila. Os brasileiros recordam-se dele pelo semblante que apresentava, duro, típico de um lutador.conseguiu ser o primeiro índio eleito deputado federal na história do Brasil. Era conhecido pelo activismo e por ser inflexível na defesa da sua dama: levava sempre consigo um gravador. Durante a sua campanha eleitoral, jurou que não iria de fato e gravata para o Congresso e que nem sequer falaria português. Mas, é claro, deu o braço a torcer, pelo menos no que diz respeito a esta parte do protocolo. Talvez por isso fosse um dos grandes protagonistas do anedotário brasileiro. Morreu aos 58 anos e o seu velório, realizado em Brasília no dia 18, foi pródigo em novas contestações. Juruna exerceu mandato em Brasília entre 1982 e 1986, pelo Partido Democrático Trabalhista, liderado por. Mas já era conhecido por pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) na década de 70, ao arrepio da indiferença do regime militar pelas condições de vida do seu povo. Nasceu em 1942, em Couto de Magalhães, no Estado do Mato Grosso. Estudou numa missão religiosa e teve uma vida sinuosa: trabalhou em fazendas, viajou pelo país, à boleia, chegou a passar fome e a vaguear sem poiso certo. Como se não bastasse, quando decidiu regressar à aldeia de origem não foi bem aceite. Rumou, então, a Brasília. Juruna criou, já no Congresso, a Comissão Permanente do Índio, o que significou um reconhecimento formal inédito dos territórios indígenas no país. Findo o mandato de deputado, foi definitivamente expulso pela tribo. Morreu triste, com uma pensão de três mil reais (cerca de 1036 euros), numa pequena casa em Guará I, cidade-satélite da capital. Tinha a seu sustento 15 pessoas, entre filhos e netos, que partilhavam o mesmo tecto. Sem glória, mas com a consciência tranquila.

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GENTE

Subtil — Só de apelido, o barricado mais famoso de Portugal voltou a fazer das suas. Na segunda-feira, dia da tomada de posse da nova administração da RTP, presidida por Almerindo Marques, Manuel Subtil, perante a impossibilidade de voltar a fechar-se nos mictórios da televisão estatal, decidiu acorrentar-se ao próprio automóvel. Dada a falta de reacção do veículo, o empresário acabou por deixar a Rua 5 de Outubro sem estragos.

Tradição — Cumprida pela Associação dos Jornalistas Parlamentares, ao atribuir os prémios anuais, no final da sessão legislativa. GENTE passa a anunciar: «Deputado do Ano» para Francisco Louçã, prémio «Revelação» para Mota Amaral e prémio «Decepção» para Ferro Rodrigues. Já a «Frase do Ano» foi, há poucas semanas, proferida pelo presidente da Assembleia, Mota Amaral, depois de ter suspendidoa sessão por causa de incidentes nas galerias: «Art.º 69..., curioso número este...». Além dos prémios, a Associação revela também as suas sempre esperadas «Menções Honrosas»... São oito, das quais GENTE escolhe três: «Quem tem ética... passa fome» para Maria Elisa Domingues; «Líder parlamentar do PSD» para Marques Mendes, ministro dos Assuntos Parlamentares; e «Como eu gostava de ser o Paulo Portas» para Telmo Correia, líder parlamentar do CDS.

Turista — Espacial vai ser Lance Bass, um dos membros do grupo pop N’Sync. O cantor norte-americano, de 23 anos, deverá viajar até à estação espacial internacional em Outubro, pela módica quantia de 20 milhões de euros. No quadro restrito de turistas em órbita, Lance sucede ao norte-americano Dennis Tito e ao sul-africano Mark Shuttleworth.

Tratamento — Anunciado por Pamela Anderson para combater a hepatite C de que padece. Nesse sentido, a estrela da série televisiva Marés Vivas, de 35 anos, disse, no programa de Larry King, na CNN, que se vai retirar durante um ano. Pamela afirma que a hepatite foi transmitida através de uma agulha de tatuagem que partilhou com o seu ex-marido, o baterista Tommy Lee.

Collina na moda Coordenação de César Avó

SCHIAVELLA-PARADISI / ANSA / EPA Depois da publicidade televisiva - que lhe valeu doses de polémica q.b. - Pierluigi Collina, conhecido como o melhor árbitro do mundo, saiu, mais uma vez, das quatro linhas. Com um «look» nunca antes visto, desceu as escadas da Praça de Espanha, em Roma, acompanhando, a par e passo, o «glamour» de Naomi Campbell, Laetitia Casta ou Eva Herzigova. É verdade: Collina desfilou escadaria abaixo com um fato escuro, último modelo da colecção de Laura Biagiotti. Depois da publicidade televisiva - que lhe valeu doses de polémica q.b. -, conhecido como o melhor árbitro do mundo, saiu, mais uma vez, das quatro linhas. Com um «look» nunca antes visto, desceu as escadas da Praça de Espanha, em Roma, acompanhando, a par e passo, o «glamour» deou. É verdade: Collina desfilou escadaria abaixo com um fato escuro, último modelo da colecção de Confiante e, dizem os entendidos, com um à-vontade surpreendente para um novato nestas lides, o juiz comentou, perante a insegurança das modelos - que desciam, titubeantes, com os saltos altos - que «mais vale um erro nas escadas do que no campo». É caso para dizer que Collina desceu os degraus romanos, mas subiu na escala mediática - arbitrou a final do campeonato do mundo, foi eleito o árbitro mais «sexy» e aterrou, de uma assentada, no mundo da moda.

Motorista à borla PAULO NOVAIS / LUSA Com o défice de 2001 a ultrapassar os 4% do PIB, Manuela Ferreira Leite tem mesmo de cortar nas despesas. E GENTE pode garantir que a ministra está de facto a fazê-lo no seu Ministério das Finanças. Que o diga o Grupo Parlamentar do PSD. Ainda na semana passada, lá vinha do «Diário da República» o despacho da governante requisitando um motorista à bancada laranja. Tudo normal, não fosse a originalidade de, no mesmo despacho, a ministra acrescentar que o vencimento base do dito motorista continuará a ser pago... pelo Grupo Parlamentar social-democrata. Mais acrescenta o curioso documento que tudo isto é feito com a anuência do Grupo Parlamentar. É caso para dizer que, se o líder da bancada fosse outro madeirense que não Guilherme Silva, a coisa não ficava assim. Com o défice de 2001 a ultrapassar os 4% do PIB,tem mesmo de cortar nas despesas. E GENTE pode garantir que a ministra está de facto a fazê-lo no seu Ministério das Finanças. Que o diga o Grupo Parlamentar do PSD. Ainda na semana passada, lá vinha do «Diário da República» o despacho da governante requisitando um motorista à bancada laranja. Tudo normal, não fosse a originalidade de, no mesmo despacho, a ministra acrescentar que o vencimento base do dito motorista continuará a ser pago... pelo Grupo Parlamentar social-democrata. Mais acrescenta o curioso documento que tudo isto é feito com a anuência do Grupo Parlamentar. É caso para dizer que, se o líder da bancada fosse outro madeirense que não, a coisa não ficava assim.

O «charme» do Porto RUI DUARTE SILVA Miguel Veiga, o advogado com mais «charme» do Porto, acaba de lançar um livro que reúne os seus escritos dispersos e ainda imagens de lugares e quadros que o marcaram. Na cerimónia de apresentação, Vasco Graça Moura - que foi seu companheiro de andanças políticas e forenses - falou da «arte de viver» de Miguel Veiga. E, de facto, além do charme, ele transmite essa impressão rara de viver com arte. , o advogado com mais «charme» do Porto, acaba de lançar um livro que reúne os seus escritos dispersos e ainda imagens de lugares e quadros que o marcaram. Na cerimónia de apresentação,- que foi seu companheiro de andanças políticas e forenses - falou dade Miguel Veiga. E, de facto, além do charme, ele transmite essa impressão rara de viver com arte.

Minogue de cera ANDY BUTTERTON / EPA Figuras e figurinhas de cera há muitas. Mas não há memória de pose tão ousada como a de Kylie Minogue, exposta no museu de cera Madame Tussauds, em Londres. Quem assiste aos seus concertos sabe que esta é uma reprodução fiel dos seus gestos insinuantes, para dizer o mínimo. A figura tem a particularidade de emitir respirações sugestivas e de sussurrar aos visitantes. Em 12 anos, trata-se do terceiro modelo representativo de Kylie instalado no museu. A ex-actriz de novelas nos anos 80, ascendeu e caiu como estrela pop. Mais tarde, reciclou a imagem após uma incursão na música dita alternativa, com o seu compatriota australiano Nick Cave ou o grupo Manic Street Preachers. E agora voltou ao território natural, facto reconhecido este ano com dois Brit Awards. Figuras e figurinhas de cera há muitas. Mas não há memória de pose tão ousada como a de, exposta no museu de cera Madame Tussauds, em Londres. Quem assiste aos seus concertos sabe que esta é uma reprodução fiel dos seus gestos insinuantes, para dizer o mínimo. A figura tem a particularidade de emitir respirações sugestivas e de sussurrar aos visitantes. Em 12 anos, trata-se do terceiro modelo representativo de Kylie instalado no museu. A ex-actriz de novelas nos anos 80, ascendeu e caiu como estrela pop. Mais tarde, reciclou a imagem após uma incursão na música dita alternativa, com o seu compatriota australianoou o grupo Manic Street Preachers. E agora voltou ao território natural, facto reconhecido este ano com dois Brit Awards.

Recuamos juntos IZVESTIA PHOTOAGENCY / AP O cenário é o de uma Rússia fora do tempo, onde os clones de Estaline e Kruschov têm uma relação sexual. Quem o imaginou foi o escritor russo Vladimir Sorokin, num romance de 1999. O que ele não calculou foi o alcance da sua bizarra imaginação: acusações de promover a pornografia, bem servidas com uma manifestação condenatória do livro. O caso promete trazer de novo a questão da liberdade de expressão na Rússia democrática de Putin. No Kremlin, as autoridades parecem daí lavar as suas mãos, enquanto o debate se incendeia. O procurador público de Moscovo, Mikhail Avdyukov, captou a complexidade do caso: «Para decidir a abertura de um processo, as autoridades não se podem guiar por gostos individuais». Porém, para ele, o problema parece ser mais complicado: «Os peritos chegaram à conclusão de que os leitores do romance de Sorokin estavam certos ao interpretarem certas passagens como elementos de pornografia». Entretanto, uma organização de jovens chamada Avançamos Juntos promoveu uma versão «soft» da «noite das facas longas», ao desfazer-se publicamente dos livros de Sorokin e de outros autores ditos nocivos, como Karl Marx, em troca dos «bons livros», leia-se, alguns clássicos russos. O escritor, que pode vir a enfrentar uma pena de prisão enquanto o seu livro galga os «tops» de vendas, recebeu a solidariedade do ministro da Cultura. O cenário é o de uma Rússia fora do tempo, onde os clones detêm uma relação sexual. Quem o imaginou foi o escritor russo, num romance de 1999. O que ele não calculou foi o alcance da sua bizarra imaginação: acusações de promover a pornografia, bem servidas com uma manifestação condenatória do livro. O caso promete trazer de novo a questão da liberdade de expressão na Rússia democrática de. No Kremlin, as autoridades parecem daí lavar as suas mãos, enquanto o debate se incendeia. O procurador público de Moscovo,, captou a complexidade do caso: «Para decidir a abertura de um processo, as autoridades não se podem guiar por gostos individuais». Porém, para ele, o problema parece ser mais complicado: «Os peritos chegaram à conclusão de que os leitores do romance de Sorokin estavam certos ao interpretarem certas passagens como elementos de pornografia». Entretanto, uma organização de jovens chamada Avançamos Juntos promoveu uma versão «soft» da «noite das facas longas», ao desfazer-se publicamente dos livros de Sorokin e de outros autores ditos nocivos, como, em troca dos «bons livros», leia-se, alguns clássicos russos. O escritor, que pode vir a enfrentar uma pena de prisão enquanto o seu livro galga os «tops» de vendas, recebeu a solidariedade do ministro da Cultura.

A Bussaco ainda existe! Há uns meses, nesta secção, referimo-nos à «saudosa» laranjada Bussaco. Afinal, o «saudosa» estava a mais. A Bussaco acaba de nos informar que os refrigerantes ainda existem - com o aspecto actualizado que a imagem mostra - e até foram premiados internacionalmente. Só que, como a empresa reconhece, «não consegue cobrir todo o mercado nacional derivado à alta concorrência portuguesa e estrangeira». Fazemos sinceros votos para que resista à globalização! Há uns meses, nesta secção, referimo-nos àlaranjada Bussaco. Afinal, oestava a mais. A Bussaco acaba de nos informar que os refrigerantes ainda existem - com o aspecto actualizado que a imagem mostra - e até foram premiados internacionalmente. Só que, como a empresa reconhece,. Fazemos sinceros votos para que resista à globalização!

Campos provisórios É o nome da exposição de fotografia resultante da visita de Jorge Simão aos campos de refugiados da Frente Polisário, no Norte de África. Na inauguração, na Galeria do Braço de Prata, esteve Mota Amaral, à esquerda do repórter fotográfico do EXPRESSO. É o nome da exposição de fotografia resultante da visita deaos campos de refugiados da Frente Polisário, no Norte de África. Na inauguração, na Galeria do Braço de Prata, esteve, à esquerda do repórter fotográfico do EXPRESSO.

Um adeus índio Os brasileiros recordam-se dele pelo semblante que apresentava, duro, típico de um lutador. Mário Juruna conseguiu ser o primeiro índio eleito deputado federal na história do Brasil. Era conhecido pelo activismo e por ser inflexível na defesa da sua dama: levava sempre consigo um gravador «para registar tudo o que o branco diz». Durante a sua campanha eleitoral, jurou que não iria de fato e gravata para o Congresso e que nem sequer falaria português. Mas, é claro, deu o braço a torcer, pelo menos no que diz respeito a esta parte do protocolo. Talvez por isso fosse um dos grandes protagonistas do anedotário brasileiro. Morreu aos 58 anos e o seu velório, realizado em Brasília no dia 18, foi pródigo em novas contestações. Juruna exerceu mandato em Brasília entre 1982 e 1986, pelo Partido Democrático Trabalhista, liderado por Leonel Brizola. Mas já era conhecido por pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) na década de 70, ao arrepio da indiferença do regime militar pelas condições de vida do seu povo. Nasceu em 1942, em Couto de Magalhães, no Estado do Mato Grosso. Estudou numa missão religiosa e teve uma vida sinuosa: trabalhou em fazendas, viajou pelo país, à boleia, chegou a passar fome e a vaguear sem poiso certo. Como se não bastasse, quando decidiu regressar à aldeia de origem não foi bem aceite. Rumou, então, a Brasília. Juruna criou, já no Congresso, a Comissão Permanente do Índio, o que significou um reconhecimento formal inédito dos territórios indígenas no país. Findo o mandato de deputado, foi definitivamente expulso pela tribo. Morreu triste, com uma pensão de três mil reais (cerca de 1036 euros), numa pequena casa em Guará I, cidade-satélite da capital. Tinha a seu sustento 15 pessoas, entre filhos e netos, que partilhavam o mesmo tecto. Sem glória, mas com a consciência tranquila. Os brasileiros recordam-se dele pelo semblante que apresentava, duro, típico de um lutador.conseguiu ser o primeiro índio eleito deputado federal na história do Brasil. Era conhecido pelo activismo e por ser inflexível na defesa da sua dama: levava sempre consigo um gravador. Durante a sua campanha eleitoral, jurou que não iria de fato e gravata para o Congresso e que nem sequer falaria português. Mas, é claro, deu o braço a torcer, pelo menos no que diz respeito a esta parte do protocolo. Talvez por isso fosse um dos grandes protagonistas do anedotário brasileiro. Morreu aos 58 anos e o seu velório, realizado em Brasília no dia 18, foi pródigo em novas contestações. Juruna exerceu mandato em Brasília entre 1982 e 1986, pelo Partido Democrático Trabalhista, liderado por. Mas já era conhecido por pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) na década de 70, ao arrepio da indiferença do regime militar pelas condições de vida do seu povo. Nasceu em 1942, em Couto de Magalhães, no Estado do Mato Grosso. Estudou numa missão religiosa e teve uma vida sinuosa: trabalhou em fazendas, viajou pelo país, à boleia, chegou a passar fome e a vaguear sem poiso certo. Como se não bastasse, quando decidiu regressar à aldeia de origem não foi bem aceite. Rumou, então, a Brasília. Juruna criou, já no Congresso, a Comissão Permanente do Índio, o que significou um reconhecimento formal inédito dos territórios indígenas no país. Findo o mandato de deputado, foi definitivamente expulso pela tribo. Morreu triste, com uma pensão de três mil reais (cerca de 1036 euros), numa pequena casa em Guará I, cidade-satélite da capital. Tinha a seu sustento 15 pessoas, entre filhos e netos, que partilhavam o mesmo tecto. Sem glória, mas com a consciência tranquila.

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