Procura-se banco médio

10-12-2003
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Poucas alternativas

Procura-se Banco Médio

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

Para aumentar a sua influência bancária em Espanha, onde detém uma posição residual através do Banco Siméon, a Caixa tem três hipóteses: crescer por via orgânica; estabelecer uma associação com outro banco espanhol; comprar instituições bancárias já instaladas.

A primeira solução não é fácil de concretizar, na medida em que a bancarização em Espanha está muito desenvolvida, com mais de uma agência por mil habitantes, pelo que abrir mais balcões poderia traduzir-se num suicídio, pois contribuiria para a deterioração dos rácios de rentabilidade. A segunda hipótese, a associação a um grande banco espanhol, não responderia às pretensões da Caixa, que ficaria dependente da estratégia alheia, inviabilizando uma via autónoma de crescimento. A terceira alternativa parece ser a mais eficaz, mas não existem à venda em Espanha muitos bancos de dimensão média, com quotas entre 0,5 e dois por cento, pois a maioria dos que estão nestas condições têm estruturas accionistas estabilizadas e são estrangeiros (Zaragozano, Deutsche Bank, Urquijo-KBL). Restaria o Banco Pastor, com poucas hipóteses de negociação, dada a ligação ao governo galego. Sobra o Atlántico, cujo desempenho é pouco animador.

A imprensa divulgou em Portugal e Espanha os dados relativos aos primeiros nove meses do ano, em que o Atlántico registou os piores índices de actividade entre a banca de média dimensão do país onde opera, tendo sido o que menos cresceu. E registou mesmo uma margem de intermediação negativa, menos 3,67 por cento, e o menor crescimento da margem operacional, de apenas 7,61 por cento.

Os cenários que hoje se colocam à Caixa suscitam duas questões: quer a CGD ter, ou não, uma maior presença em Espanha? O Atlántico resolve-lhe o problema? Para uns, a sua compra dificilmente permitirá à CGD atingir um novo patamar de crescimento. Para outros, constitui uma base de partida para depois, com os meios próprios, poder desenvolver o seu negócio em Espanha. Só a actual situação não parece agradar a ninguém.

Poucas alternativas

Procura-se Banco Médio

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

Para aumentar a sua influência bancária em Espanha, onde detém uma posição residual através do Banco Siméon, a Caixa tem três hipóteses: crescer por via orgânica; estabelecer uma associação com outro banco espanhol; comprar instituições bancárias já instaladas.

A primeira solução não é fácil de concretizar, na medida em que a bancarização em Espanha está muito desenvolvida, com mais de uma agência por mil habitantes, pelo que abrir mais balcões poderia traduzir-se num suicídio, pois contribuiria para a deterioração dos rácios de rentabilidade. A segunda hipótese, a associação a um grande banco espanhol, não responderia às pretensões da Caixa, que ficaria dependente da estratégia alheia, inviabilizando uma via autónoma de crescimento. A terceira alternativa parece ser a mais eficaz, mas não existem à venda em Espanha muitos bancos de dimensão média, com quotas entre 0,5 e dois por cento, pois a maioria dos que estão nestas condições têm estruturas accionistas estabilizadas e são estrangeiros (Zaragozano, Deutsche Bank, Urquijo-KBL). Restaria o Banco Pastor, com poucas hipóteses de negociação, dada a ligação ao governo galego. Sobra o Atlántico, cujo desempenho é pouco animador.

A imprensa divulgou em Portugal e Espanha os dados relativos aos primeiros nove meses do ano, em que o Atlántico registou os piores índices de actividade entre a banca de média dimensão do país onde opera, tendo sido o que menos cresceu. E registou mesmo uma margem de intermediação negativa, menos 3,67 por cento, e o menor crescimento da margem operacional, de apenas 7,61 por cento.

Os cenários que hoje se colocam à Caixa suscitam duas questões: quer a CGD ter, ou não, uma maior presença em Espanha? O Atlántico resolve-lhe o problema? Para uns, a sua compra dificilmente permitirá à CGD atingir um novo patamar de crescimento. Para outros, constitui uma base de partida para depois, com os meios próprios, poder desenvolver o seu negócio em Espanha. Só a actual situação não parece agradar a ninguém.

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