Suplemento Economia

06-12-2003
marcar artigo

Taxas de juro

Tendência de Subida

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

A informação não é positiva para as famílias com empréstimos à habitação e ao consumo, mas a tendência dos próximos meses deverá ser de subida das taxas de juro. Contactados pelo PÚBLICO, vários analistas admitem que o mercado monetário deverá começar a antecipar uma subida de taxas de referência por parte do Banco Central Europeu (BCE), decisão que não se espera venha a ser tomada antes do segundo trimestre. Mas, como o mercado monetário antecipa, em alguns meses, as decisões da autoridade monetária central, espera-se uma ligeira subida da Euribor a partir de agora e de forma mais notória no início do próximo ano. Esse aumento deverá ser da ordem do meio ponto percentual. A Euribor é o indexante utilizado na generalidade dos empréstimos, tendo implicações em todos os novos empréstimos e nos antigos, que estão sujeitos a uma actualização periódica.

Depois de atingir níveis historicamente baixos, a tendência de evolução das taxas de juro será de subida, especialmente se se confirmarem os dados de recuperação económica que se têm feito sentir, especialmente nos Estados Unidos. Na Europa, o BCE tem revelado alguma contenção na descida das taxas de juro, actualmente nos dois por cento, e os sinais de recuperação da zona euro ainda não são muito visíveis, pelo que não se espera uma subida das taxas nos primeiros meses de Janeiro.

Há, no entanto, um factor de risco, introduzido nos últimos dias, em relação ao qual as opiniões se dividem. Trata-se da suspensão da obrigatoriedade de cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), que para uns era essencial para garantir a saúde das finanças públicas na Europa, e para outros não passava de um conjunto de limitações desajustadas da actual realidade económica e social. O recém-nomeado presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, já disse que a decisão de "congelar" o PEC "envolve sérios perigos", deixando antever a possibilidade de uma decisão mais rápida de subida das taxas de juro, como forma de garantir a estabilidade de preços (inflação).

O fim do PEC pode gerar um aumento dos défices orçamentais na zona euro, com reflexo, a médio prazo, num aumento das tensões inflacionistas. Antes de alguma mexida nas taxas de juro por parte do BCE, o mercado monetário vai antecipar essa tomada de decisão, razão porque se espera que a tendência será de ligeira subida nos próximos meses. Esta tendência é evidenciada pela diferença entre a Euribor a um mês (2,154 por cento), a Euribor a seis meses (2,244 por cento) e a 12 meses, substancialmente mais alta (2,455 por cento).

Taxas de juro

Tendência de Subida

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

A informação não é positiva para as famílias com empréstimos à habitação e ao consumo, mas a tendência dos próximos meses deverá ser de subida das taxas de juro. Contactados pelo PÚBLICO, vários analistas admitem que o mercado monetário deverá começar a antecipar uma subida de taxas de referência por parte do Banco Central Europeu (BCE), decisão que não se espera venha a ser tomada antes do segundo trimestre. Mas, como o mercado monetário antecipa, em alguns meses, as decisões da autoridade monetária central, espera-se uma ligeira subida da Euribor a partir de agora e de forma mais notória no início do próximo ano. Esse aumento deverá ser da ordem do meio ponto percentual. A Euribor é o indexante utilizado na generalidade dos empréstimos, tendo implicações em todos os novos empréstimos e nos antigos, que estão sujeitos a uma actualização periódica.

Depois de atingir níveis historicamente baixos, a tendência de evolução das taxas de juro será de subida, especialmente se se confirmarem os dados de recuperação económica que se têm feito sentir, especialmente nos Estados Unidos. Na Europa, o BCE tem revelado alguma contenção na descida das taxas de juro, actualmente nos dois por cento, e os sinais de recuperação da zona euro ainda não são muito visíveis, pelo que não se espera uma subida das taxas nos primeiros meses de Janeiro.

Há, no entanto, um factor de risco, introduzido nos últimos dias, em relação ao qual as opiniões se dividem. Trata-se da suspensão da obrigatoriedade de cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), que para uns era essencial para garantir a saúde das finanças públicas na Europa, e para outros não passava de um conjunto de limitações desajustadas da actual realidade económica e social. O recém-nomeado presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, já disse que a decisão de "congelar" o PEC "envolve sérios perigos", deixando antever a possibilidade de uma decisão mais rápida de subida das taxas de juro, como forma de garantir a estabilidade de preços (inflação).

O fim do PEC pode gerar um aumento dos défices orçamentais na zona euro, com reflexo, a médio prazo, num aumento das tensões inflacionistas. Antes de alguma mexida nas taxas de juro por parte do BCE, o mercado monetário vai antecipar essa tomada de decisão, razão porque se espera que a tendência será de ligeira subida nos próximos meses. Esta tendência é evidenciada pela diferença entre a Euribor a um mês (2,154 por cento), a Euribor a seis meses (2,244 por cento) e a 12 meses, substancialmente mais alta (2,455 por cento).

marcar artigo