Suplemento Economia

09-03-2004
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Em 1999

Negócio Abortado

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

No início de 1999, a Caixa Geral de Depósitos, então sob a liderança do actual presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, iniciou contactos com o ABC com vista à compra da participação que este detinha no banco catalão Atlántico, tendo António Tomás Correia, ex-administrador da instituição, ficado incumbido de representar o grupo público nas negociações. Do lado do grupo árabe esteve Abdula Saldi, antigo "chairman" do Atlántico. O investimento previsto para a compra da totalidade do banco era de 850 milhões de euros, metade do que é hoje oferecido.

As conversas prolongaram-se até ao Verão daquele ano, quando se concluiu não existirem condições para assegurar o controlo do banco. O ABC pretendia alienar os 68,5 do cento do capital do Atlántico, de forma faseada, e ao longo de cinco anos, solução que permitiria ao grupo árabe continuar a consolidar a posição detida no banco catalão e a evitar a perda de balanço, pelo que propôs à Caixa a aquisição numa primeira fase de apenas 15 por cento do capital. Esta situação inviabilizaria o controlo imediato do Atlántico, já que apenas uma parte residual das acções, 3,4 por cento, estava dispersa em bolsa. Além disso, indicam fontes do PÚBLICO que acompanharam este processo, o ABC era um grupo muito disperso, integrando capitais de vários países árabes, que nem sempre estavam de acordo.

Em 1999

Negócio Abortado

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

No início de 1999, a Caixa Geral de Depósitos, então sob a liderança do actual presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, iniciou contactos com o ABC com vista à compra da participação que este detinha no banco catalão Atlántico, tendo António Tomás Correia, ex-administrador da instituição, ficado incumbido de representar o grupo público nas negociações. Do lado do grupo árabe esteve Abdula Saldi, antigo "chairman" do Atlántico. O investimento previsto para a compra da totalidade do banco era de 850 milhões de euros, metade do que é hoje oferecido.

As conversas prolongaram-se até ao Verão daquele ano, quando se concluiu não existirem condições para assegurar o controlo do banco. O ABC pretendia alienar os 68,5 do cento do capital do Atlántico, de forma faseada, e ao longo de cinco anos, solução que permitiria ao grupo árabe continuar a consolidar a posição detida no banco catalão e a evitar a perda de balanço, pelo que propôs à Caixa a aquisição numa primeira fase de apenas 15 por cento do capital. Esta situação inviabilizaria o controlo imediato do Atlántico, já que apenas uma parte residual das acções, 3,4 por cento, estava dispersa em bolsa. Além disso, indicam fontes do PÚBLICO que acompanharam este processo, o ABC era um grupo muito disperso, integrando capitais de vários países árabes, que nem sempre estavam de acordo.

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