António Banderas é o "Zorro" do azeite espanhol

09-12-2003
marcar artigo

Negócios também em restaurantes, imobiliário e gestão de cinemas

António Banderas É o "Zorro" do Azeite Espanhol

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

O "ouro líquido" concentra a sua atenção, a ponto de entrar no capital de um dos principais produtores espanhóis. O objectivo é levar meio mundo a saborear a gordura mais sã

Nuno Ribeiro em Madrid

Não se trata de uma mera promoção, como a de 1995 quando fez um acordo com o Governo da Andaluzia para a divulgação das excelências do presunto e do azeite locais. Desta vez, José António Domínguez Banderas, o actor António Banderas, comprou dez por cento do capital de um dos maiores produtores espanhóis de azeite. O objectivo é ser o defensor do "ouro líquido" de Espanha, um autêntico "Zorro" em mercados até agora controlados pelos italianos.

"Banderas será um embaixador do azeite de Hojiblanca", diz ao PÚBLICO Estebán Carneros, porta-voz da empresa. "Somos o principal produtor mundial de azeite, com uma quota de três por cento", prossegue. As especificidades do negócio não foram divulgadas. O actor, de 43 anos, comprou dez por cento da Hojiblanca através da sua "holding", "Mediterranean Brands", participação que pode aumentar forem cumpridas algumas condições.

"Embora o mercado norte-americano seja um dos mais interessantes, o nosso mapa contempla 30 países, da Europa ao Médio Oriente, passando pela China", revela o porta-voz. Os Estados Unidos, Canadá e Austrália, mercados emergentes no consumo e entre os seis principais importadores de azeite espanhol, são alvos preferenciais: nos últimos três anos, o consumo aumentou dez por cento nos EUA, sete por cento no Canadá e 21 por cento na Austrália.

"Com esta iniciativa e com António Banderas estamos a tentar romper o controlo italiano do mercado norte-americano, muito importante para nós e onde, agora, o 'spanish is in the mood' [o espanhol está na moda]", sintetiza Estebán Carneros. A sua empresa, a Hojiblanca, que agrupa 43 cooperativas num total de 23 mil sócios, era tradicionalmente muito forte na venda de azeite a granel. Mas 90 por cento do azeite espanhol assim comercializado acabou, à mesa do consumidor, em garrafas italianas.

"A dieta mediterrânica ganha adeptos nos Estados Unidos, país onde se come muito mal", disse António Banderas na apresentação do seu novo negócio. Para os espanhóis, os maiores produtores mundiais de azeite, o seu "calcanhar de Aquiles" sempre foi a comercialização. Uma "tenaz" italiana que ofusca o desempenho da principal actividade do campo espanhol, com 400 mil agricultores e um volume de negócio superior aos três mil milhões de euros anuais. Aliás, é em Espanha, na Andaluzia, que está a maior região produtora de azeite do mundo: na cidade de Jaén, epicentro desta actividade em terras andaluzas, "reside" um dos três mercados mundiais de referência do preço do "ouro líquido". Os outros são Bari, em Itália, e Messina, na Grécia.

Negócios também em restaurantes, imobiliário e gestão de cinemas

António Banderas É o "Zorro" do Azeite Espanhol

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2003

O "ouro líquido" concentra a sua atenção, a ponto de entrar no capital de um dos principais produtores espanhóis. O objectivo é levar meio mundo a saborear a gordura mais sã

Nuno Ribeiro em Madrid

Não se trata de uma mera promoção, como a de 1995 quando fez um acordo com o Governo da Andaluzia para a divulgação das excelências do presunto e do azeite locais. Desta vez, José António Domínguez Banderas, o actor António Banderas, comprou dez por cento do capital de um dos maiores produtores espanhóis de azeite. O objectivo é ser o defensor do "ouro líquido" de Espanha, um autêntico "Zorro" em mercados até agora controlados pelos italianos.

"Banderas será um embaixador do azeite de Hojiblanca", diz ao PÚBLICO Estebán Carneros, porta-voz da empresa. "Somos o principal produtor mundial de azeite, com uma quota de três por cento", prossegue. As especificidades do negócio não foram divulgadas. O actor, de 43 anos, comprou dez por cento da Hojiblanca através da sua "holding", "Mediterranean Brands", participação que pode aumentar forem cumpridas algumas condições.

"Embora o mercado norte-americano seja um dos mais interessantes, o nosso mapa contempla 30 países, da Europa ao Médio Oriente, passando pela China", revela o porta-voz. Os Estados Unidos, Canadá e Austrália, mercados emergentes no consumo e entre os seis principais importadores de azeite espanhol, são alvos preferenciais: nos últimos três anos, o consumo aumentou dez por cento nos EUA, sete por cento no Canadá e 21 por cento na Austrália.

"Com esta iniciativa e com António Banderas estamos a tentar romper o controlo italiano do mercado norte-americano, muito importante para nós e onde, agora, o 'spanish is in the mood' [o espanhol está na moda]", sintetiza Estebán Carneros. A sua empresa, a Hojiblanca, que agrupa 43 cooperativas num total de 23 mil sócios, era tradicionalmente muito forte na venda de azeite a granel. Mas 90 por cento do azeite espanhol assim comercializado acabou, à mesa do consumidor, em garrafas italianas.

"A dieta mediterrânica ganha adeptos nos Estados Unidos, país onde se come muito mal", disse António Banderas na apresentação do seu novo negócio. Para os espanhóis, os maiores produtores mundiais de azeite, o seu "calcanhar de Aquiles" sempre foi a comercialização. Uma "tenaz" italiana que ofusca o desempenho da principal actividade do campo espanhol, com 400 mil agricultores e um volume de negócio superior aos três mil milhões de euros anuais. Aliás, é em Espanha, na Andaluzia, que está a maior região produtora de azeite do mundo: na cidade de Jaén, epicentro desta actividade em terras andaluzas, "reside" um dos três mercados mundiais de referência do preço do "ouro líquido". Os outros são Bari, em Itália, e Messina, na Grécia.

marcar artigo